sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DESGASTE DESNECESSÁRIO

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Por: Fernando Calmon

FOTO_F~2A extensa lista de modelos que sairão de linha em 2013 demonstra que alguns fabricantes, finalmente, se convenceram de não valer a pena passar por tantos desgastes. E a senha para esse fim foi justamente a lei que estabeleceu freios ABS e bolsas infláveis, embora razões de mercado também tenham prevalecido.

Picape Courier foi a primeira baixa do ano, ainda em abril. Até 31 de dezembro, a relação de fim de fabricação (FdF) será engrossada por Kombi, Mille, Fiorino antigo, Ka e Gol Geração IV (poderia receber os itens citados, mas dará lugar ao up!). FdF não significa fim de vendas, pois há estoques. No caso dos itens de segurança o limite é 31 de março próximo. Mas há outros casos. Fiesta Rocam ganhou sobrevida de alguns meses até a chegada do novo Ka. O Golf IV, por razões comerciais/industriais e não técnicas, também terá FdF nos próximos dias, mas será comercializado até o final do estoque em 2014.

Kombi é um fenômeno único de longevidade da segunda metade do século passado. Completou 57 anos de fabricação (inclui o primeiro ano, 1957) graças ao uso prevalecente como veículo de trabalho. Surpresa maior, o Mille esteve em produção por nada menos de 30 anos (inclui 1984), algo raríssimo no caso de automóveis e ainda porque só ocorreram mudanças superficiais. Gol G IV superou o Mille nessa disputa inglória: saiu das linhas de montagem por 34 anos (inclui 1980). Mas o líder de mercado teve entre-eixos aumentado e carroceria arredondada em 1994 (apelidado de Bolinha), o que talvez o coloque na história como exemplo digno de purgatório por ter, afinal, compatibilidade com recursos primários de segurança.

Há pessoas que choram o fim de modelos superados por meio de regulamentos de segurança e ambientais ou até empregos perdidos. Nada mais falso. Essa mentalidade levou à situação absurda em que governo e parte dos fabricantes aventaram, semana passada, adiar a obrigatoriedade do uso de airbags e ABS por dois anos, a partir de 1º de janeiro próximo.

Depois de embates nos bastidores, recuaram parcialmente. A Kombi sobreviverá por dois anos – única exceção – com desculpas como empregos gerados e pelo uso comercial. Estrago institucional, no entanto, já está feito. Péssimo para o País mudar regras a menos de 15 dias de vigorar. Volkswagen, inclusive, deve explicações ou compensações a quem já adquiriu as duas séries especiais “Última Edição”.

Governo mostra improvisação. Nos EUA, há 40 anos, houve cronograma diferenciado e limitado para exigências de segurança entre automóveis e veículos comerciais leves. Aqui, em 2009, já se sabia que o furgão alemão tinha características únicas e, eventualmente, insubstituíveis. O escalonamento de cinco anos, estabelecido pelo Contran, era razoável. Deixar isso para a undécima hora, a fim de agradar sindicalistas ou usuários específicos, é um tremendo desgaste.

Por que governo e indústria não aprendem a lição e estabelecem novas exigências factíveis para os próximos cinco anos? Imobilidade é tudo que organizações oportunistas, como Latin NCAP, desejam para conduzir testes e critérios discutíveis.

RODA VIVA

BMW GROUP surpreendeu ao ampliar seu comprometimento com o mercado brasileiro. Já se sabia que o sedã Série 3 (mais vendido da marca aqui e no mundo) e o SUV derivado dele, X1, além do hatch Série 1, modelo de entrada, estavam entre os que entrarão em produção em Araquari (SC). Inclui agora o X3 (arquitetura com base no sedã Série 5) e o Mini Countryman.

PELA primeira vez, BMW e Mini dividirão o mesmo teto de uma fábrica, a partir de outubro de 2014. Cronograma prevê intervalo de apenas três meses para os três primeiros produtos. É bem provável que por sair na frente no segmento premium e projetar a maior capacidade instalada (32.000 unidades/ano), existam planos ainda mais ousados, incluindo exportações.

STRADA cabine dupla de três portas não oferece espaço razoável para adultos no banco traseiro, porém no uso urbano a porta extra atrás agiliza o acesso na maioria dos casos. Impressiona a robustez da solução, mesmo em pisos ondulados e buracos. Melhor combinação é a versão avaliada: motor 1,8 l/132 cv (etanol) e câmbio automatizado, apesar do preço salgado.

CHERY admite ter avaliado mal a competitividade dos produtos importados da China, em meio à contração do número de concessionárias. Queda de vendas foi de 40% em 2013 sobre 2012. Inauguração da fábrica de Jacareí (SP), no segundo trimestre de 2014, produtos mais atuais, rede ampliada, centro de pesquisas e unidade de motores ajudarão na virada que ela espera.

PARA ganhar – ou manter, no pior cenário – dinamismo nas vendas, a JAC, segunda marca chinesa a construir fábrica no Brasil (2015), aposta em sistemas multimídia nas linhas J3 e J6. Tela tátil de 6,2 pol. no painel ou na parte posterior dos encostos de cabeça dianteiros, sem cobrança adicional, é uma fórmula de atrair e evitar descontos que repercutem no valor de revenda.

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Comparativo: Toyota Corolla/ Peugeot 408

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Toyota Corolla e Peugeot 408 receberam modificações nos equipamentos internos, além disso, o modelo francês ganhou um novo câmbio automático e novos ajustes na suspensão

Por: Edison Ragassi/ Fotos: Estúdio Prána

A linha 2014 do sedã médio Toyota Corolla foi lançada em março deste ano. Em dimensões tem comprimento de 4.540 mm, altura de 1.480 mm e largura de 1.760 mm.

DSC05030Sua distancia entre os eixos é de 2.600 mm e no porta-malas a capacidade é de 470 litros, o tanque de combustível suporta até 60 litros.

No final de agosto, a Peugeot apresentou a linha 2014 do sedã médio 408, concorrente direto do Corolla.

DSC05474Seu comprimento é de 4.690 mm, com altura de 1.519 mm e largura de 1.815 mm, para uma distância entre os eixos é de 2.710mm. Com o banco traseiro na posição normal, a capacidade volumétrica do porta-malas é de 526 litros, no tanque recebe até 60 litros de combustível.

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O interior do sedã da Toyota passou por modificações, recebeu uma central multimídia com rádio AM/FM e CD Player, a qual reproduz arquivos de MP3, AAC e WMA, os comandos são no volante, ou em uma tela touchscreen. Mostra também as informações de condução, econômica ou não pelo GPS.

IMG_0352No sedã médio Peugeot também há módulo de comando da climatização, sistema de som, tela de navegação retrátil, GPS, CD Player com leitor de MP3, entrada USB, funções Bluetooth e tela multifunções com computador de bordo. Ambos têm ar-condicionado digital Bi-zone, regulador e limitador de velocidade.

O sistema de direção do carro da Toyota usa auxilio elétrico, enquanto que no Peugeot é eletro-hidráulico.

DSC05065O Coralla é equipado com motor 2.0 L 16V Dual VVT-i Flex utiliza bloco e cárter de alumínio. A potência máxima é de 153 cv (E)/ a 5.800 rpm e 142 cv (G) a 5.600 rpm. O torque atinge 20,7 kgfm a 4.800 rpm (E)/19,8 kgfm a 4.000 rpm (G).

IMG_8879Já o propulsor do 408 também é 2.0L Flex, com bloco de alumínio, usa quatro cilindros, 16 válvulas, com duplo comando e cilindrada de 1.997 cm³. O comando de válvulas de admissão é equipado com sistema de distribuição variável e contínuo (VVT), entrega potência de 151 cv (E)/ 143 (G) a 6.000 rpm e torque de 22 kgfm (E)/ 20 kgfm (G) a 4.000 rpm.

DSC05113Completa o trem de força do modelo japonês, o câmbio automático de quatro velocidades Shifttronic, o qual tem a opção de trocar as marchas nas borboletas colocadas ao lado do volante ou na alavanca de maneira sequencial.

No sedã francês, a versão 2014 traz novidades, ele passou a utilizar a transmissão automática sequencial de 6 velocidades (caixa AISIN), chamada AT6.

IMG_8931Ela possui sistema de trava eletrônica que impede o engate de uma marcha incompatível com a rotação do motor. O sistema não deixa a alavanca mover-se para as opções “P” (parking) e “R” (marcha a ré) quando o veículo ultrapassa a velocidade de 6 km/h.

Para otimizar o funcionamento da caixa AT6 com o motor 2.0L foram desenvolvidas novas linhas de admissão de ar e de escape, além de uma calibração específica para o motor, a qual privilegia o conforto na utilização da função “Drive” e, ainda, oferece o modo Sport que troca as marchas com giro mais alto do motor. Ela faz a leitura do relevo, aciona o freio motor em descidas, também equaliza o torque nas subidas e retém a marcha quando o motorista tira o pé do acelerador.

DSC05263A suspensão dianteira do tipo McPherson está presente no Corolla, o Peugeot tem sistema pseudo McPherson, com barra estabilizadora. E na traseira, os dois usam eixo rígido com travessa deformável.

No modelo 408, o sistema de suspensão traseiro recebeu novos itens, foram trocadas as buchas de articulação e foi colocado um calço de elastômero no apoio da mola com a carroceria.

IMG_0230No eixo dianteiro aplicaram um novo apoio superior da mola, que também contribui para a melhor filtragem das irregularidades do piso.

Os sedãs usam freios a discos e pastilhas nas quatro rodas, ventilados na dianteira, sólidos na traseira com ABS e EBD.

DSC05085IMG_8918As rodas de liga leve são de série nestes médios, porém no Corolla o raio é de 16 polegadas, com pneus 205/55. As rodas do Peugeot têm raio de 17” e os compostos de borracha usam a medida 225/45, são os chamados pneus verdes Pirelli P7, de baixa resistência ao rolamento.

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O Toyota Corolla com transmissão automática versão XEi 2.0 Flex tem preço sugerido para venda de R$ 75.620, o Altis 2.0 Flex custa R$85.000, ambas as versões com bancos de couro. O Peugeot 408 Allure com câmbio automático de 6 marchas sai por R$66 990. Há também o topo de linha Griffe com propulsor THP 1.6L 16V turbo, movido a gasolina e transmissão automática de 6 velocidades por R$73.990.

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Colaboraram: Toyota do Brasil, Peugeot do Brasil e Concessionária Toyota Grand Motors- Nações Unidas

Custos de peças e serviços: Toyota Corolla 2.0L Flex Automático

Amortecedor dianteiro: R$ 224,94- cada

Serviço: R$ 429,00- par

Amortecedores traseiros: R$ 170,04- cada

Serviço: R$351,00- par

Disco de freio dianteiro: R$ 150,00

Serviço: R$175,50- par

Jogo de pastilhas dianteiras: R$ 140,00

Serviço: R$175,50

Discos de freios traseiros: R$144,77

Serviço: R$175,50- par

Jogo de pastilhas traseiras: R$150,00

Serviço: R$175,50

Óleo/litro: R$29,00

Serviço: R$97,50

Filtro de óleo: R$28,97

Serviço: na revisão não é cobrada mão de obra de substituição do filtro

Filtro de ar: R$44,70

Serviço: R$19,50

Filtro de combustível: R$21,84

Serviço: R$136,50

Filtro anti-polén: R$69,30

Serviço: R$19,50

Velas: R$67,27

Serviço: R$58,50

*Custos de peças e serviços: Peugeot 408 Automático 2.0L 2014

Amortecedores dianteiros: R$683,06- par

Amortecedores traseiros: R$822,04- par

Discos de freios dianteiros: R$185,62

Jogo de pastilhas dianteiras: R$315,00

Discos de freios traseiros: R$185,62

Jogo de pastilhas traseiras: R$260,74

Óleo/litro: R$26,00

Filtro de óleo: R$34,90

Filtro de ar: R$53,29

Filtro de combustível: R$24,77

Filtro anti-polén: R$52,45

Velas: R$20,48

*O custo de serviços pode variar de cidade para cidade, revenda para revenda. Nos pacotes de revisão: na troca de óleo, filtro de ar e pastilhas de freio dianteiro, a Peugeot dispõe de mão de obra acordada no valor de R$ 165,00.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Jornalistas especializados da ABIAUTO elegem os melhores veículos de 2013

211228_370372_img_8516_ford_press (1)Associados da ABIAUTO votaram nos melhores carros e motos comercializados no Brasil. Ford e Triumph ganharam os principais prêmios

Por: Redação/ Fotos: Divulgação- Estúdio Prána

Na noite de quarta-feira (11/12), em São Paulo (SP), os jornalistas da ABIAUTO (Associação Brasileira da Imprensa Automotiva), elegeram os melhores veículos e motos comercializados no Brasil.

A entidade é formada por 120 profissionais de todo o País da imprensa automotiva em atividade na mídia escrita e eletrônica dos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádios, TVs e sites especializados), este ano 67 tiveram o direito a voto. A solenidade de entrega dos prêmios teve como mestre cerimônias o Editor de veículos da Prána Editora e Marketing e do Blog Auto Agora, Edison Ragassi, que também é eleitor.

FocusNa 15ª edição do Prêmio, o Novo Ford Focus foi eleito o Melhor Carro 2013 Imprensa Automotiva, e a Triumph Tiger 800 como Melhor Moto 2013 Imprensa Automotiva. "O Prêmio ABIAUTO ganha força a cada ano que passa. Já tínhamos a credibilidade e abrangência pela qualidade e grande número de jornalistas especializados que votam, eles representam todas as regiões geográficas do Brasil e as mídias revistas, jornais, sites, TVs e rádios. E após o resultado deste 15º Prêmio Imprensa Automotiva, acredito ainda mais que esta representatividade é um respeitado selo de qualidade para as montadoras, fabricantes e importadoras", comentou Célia Murgel, presidente da ABIAUTO.

O Prêmio Abiauto 2013 contou com o patrocínio de Ford Caminhões, Magneti Marelli, MAN Latin America, Lexus e Banco RCI Brasil, Co-patrocínio da Mercedes-Benz e Fazenda Serra Azul e apoios da Polaris, CaraReges Eventos e TSO Brasil.

Para 2014, a Associação programa além do Prêmio, o 3º Fórum com objetivo de levar conhecimento aos associados.

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Confira os vencedores do 15º Prêmio Imprensa Automotiva em cada categoria

Carros e picapes

MELHOR CARRO 2013 IMPRENSA AUTOMOTIVA: Ford Focus.

MELHOR COMPACTO: Renault Logan.

MELHOR NACIONAL: Ford Focus.

MELHOR UTILITÁRIO ESPORTIVO: Chevrolet Tracker.

MELHOR MINIVAN: JAC J6.

MELHOR IMPORTADO: VW Golf.

MELHOR PICAPE: Fiat Strada.

MELHOR CARRO VERDE: Ford Fusion Hybrid.

Motor

MELHOR MOTOR 1.000 a 1.400 cc: VW 1.0 3 Cilindros.

MELHOR MOTOR 1.401 a 2.500 cc: Audi 1.8 TSFI

MELHOR MOTOR ACIMA de 2.501 cc: Audi 4.0 Biturbo FSI

MELHOR MOTOR DIESEL 2.000 a 3.500 cc: VW 2.0 Turbo.

Motos

MELHOR MOTO 2013 IMPRENSA AUTOMOTIVA: Triumph Tiger 800.

MELHOR ESTRADEIRA: Triumph Tiger 800.

MELHOR URBANA/STREET: Honda CB500.

MELHOR ESPORTIVA: Triumph Daytona 675R.

FIM DE TEMPESTADE

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Por: Fernando Calmon

FOTO_F~2Nos últimos dias duas marcas de origem americana estiveram no topo do noticiário automobilístico no mundo inteiro. E se deve à reviravolta industrial e comercial dos chamados Três Grandes de Detroit, depois da crise econômica de 2008 iniciada nos EUA e ampliada para outros países. Referência emblemática é a sexta geração do Mustang, que completará 50 anos em abril do próximo ano e já registrou mais de nove milhões de unidades.

A Ford quis demonstrar suas intenções expansionistas mundiais ao decidir pré-apresentar o carro em seis cidades, de quatro continentes (N. York, Dearborn/Detroit, Los Angeles, Barcelona, Xangai e Sydney). Exibiram-se as versões de topo, tanto do cupê como do conversível. Embora a empresa ainda faça mistério, chegará ao Brasil só em 2015, pois as vendas nos EUA começam em meados de 2014. No início, apenas a versão mais cara estará disponível aqui e em concessionárias selecionadas.

Pormenores do Mustang só serão conhecidos no Salão de Detroit, a partir de 13 de janeiro próximo. Mas o que foi adiantado já demonstra mudança de filosofia. Ficou 90 kg mais leve graças a partes do chassi em alumínio; assoalho e teto mais baixos. Bitolas e para-lamas foram alargados na traseira; para-brisa e vidro traseiro têm maior inclinação. Conjunto ganhou, assim, espaço interno e volume no porta-malas. Há três opções de motor: 2,3 litros, quatro-cilindros turbo, pela primeira vez (310 cv); dois aspirados, 3,7 litros V-6

(304 cv) e o tradicional 5 litros V-8 (420 cv). Oferecerá câmbios automático e manual, 6-marchas, para atender a todos os gostos.

Essa preocupação com eficiência energética se soma à estreia da suspensão traseira independente que, ao lado de oferecer outro comportamento dinâmico – antes limitado pelo anacrônico eixo rígido durante cinco décadas – permitirá melhor acomodação no banco de trás e formato do porta-malas. Interior e painel rejuvenesceram, mas diferem pouco do automóvel atual.

A pré-apresentação do GT mostrou alguns apêndices típicos desta versão. No entanto, também destacou toques sutis como o discreto friso sobre a tampa do tanque e traseira limpa do conversível com seu teto de lona de camadas isolantes. Nos planos da Ford estão exportações firmes inéditas para Europa, China e países da Ásia-Pacífico. Afinal, embora sempre ligado à cultura comportamental e técnica do comprador americano, há cerca de 300 clubes do modelo nos cinco continentes e mais de 50% dos seus fãs no Facebook estão fora dos EUA. Então, mercado potencial existe.

General Motors apareceu no noticiário de forma bem menos espetacular. Governo americano vendeu, em bolsa de valores, último lote de ações em seu poder. Houve críticas à participação provisória na companhia e por restar um saldo negativo de US$ 10 bilhões. Entretanto, estudo de um centro especializado mostrou que o prejuízo para a economia do país seria quase 10 vezes maior, sem o socorro. Ao mesmo tempo, a empresa anunciou Mary Barra como primeira executiva-chefe mundial de um conglomerado automobilístico e segundo fabricante mundial em vendas, para suceder Daniel Akerson. Finalmente as mulheres chegaram lá!

RODA VIVA

LAND ROVER anunciou, com certo atraso, R$ 750 milhões para produzir 24.000 unidades/ano, em Itatiaia (RJ), em 2016. Ao contrário de concorrentes, se trancou sobre modelos escolhidos. Freelander e Evoque são candidatos naturais. Novo Defender está nos planos. Empresa esconde pormenores desse SUV de entrada. Não era de se esperar que o fizesse aqui.

DESVANECERAM esperanças de 2013 completar 10 anos seguidos de alta nas vendas ao mercado interno. Queda será pequena em relação ao recorde de 2012. Dado positivo é o salto na produção em novo patamar. Crescimento em torno de 12% sobre o ano passado se deu por substituição de importações e reação das exportações, puxadas pela Argentina.

ATENÇÕES se voltam para 2014. IPI vai aumentar parcialmente em 1º de janeiro: cada 1 p.p. reflete em 1,1 p.p. no preço final. Mais provável que os carros encareçam 2,2%. Modelos básicos devem ir além, porque todos terão de série airbags frontais e freios ABS, porém cada fabricante terá sua estratégia. Estoques (41 dias) em novembro ficaram acima do ideal (35 dias).

ÚLTIMO importador a aderir ao regime Inovar-Auto, a Kia, representada pelo Grupo Gandini, finalmente aquiesceu. Marca sul-coreana do Grupo Hyundai ainda estuda construir uma fábrica. Decisão dependerá de resquício da batalha tributária com o governo brasileiro sobre a ex-controlada Asia Motors. Está tudo bem, mas não está tudo bem. Coisas típicas do Brasil...

PARA se garantir em cenários diversos e adversos, José Luiz Gandini começará a importar da China e do Uruguai a décima marca chinesa, Geely, a atuar no Brasil, a partir de janeiro próximo. Trará o sedã médio-compacto EC7 (200 unidades/mês) e o subcompacto GC2 (300 unidades/mês). Geely controla a sueca Volvo e uma fábrica no Brasil para qualquer delas não se descarta.

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Volkswagen inaugura Centro de Treinamento em São Paulo

ViewImageA VW do Brasil inaugurou dia 6/12, na cidade de São Paulo, o maior Centro de Treinamento exclusivo da marca na América Latina. No local serão qualificados profissionais da Rede de Concessionárias, que é a maior do País e possui cerca de 640 pontos de vendas.

Com investimento de R$ 10,5 milhões, está localizado na Avenida Washington Luiz, 4.984, próximo ao Aeroporto de Congonhas, segundo a empresa, é um dos mais avançados da marca no mundo, e conta com o que há de mais inovador em tecnologia e equipamentos.

ViewImage (1)No total são cerca de 7.700 m² de área construída e infraestrutura alinhada aos padrões mundiais do Grupo, tem capacidade para treinar cerca de 52.000 profissionais por ano.

Além do Centro de Treinamento em São Paulo, a empresa inaugura outros 7 Centros Regionais de Treinamento exclusivos da marca no País. O investimento total (somando os 8 Centros) é de R$ 20 milhões. Além da unidade de São Paulo, já foram inaugurados os Centros de Treinamento Regionais em Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São José do Rio Preto (SP) e Curitiba (PR). Para um futuro próximo, estão previstas as inaugurações dos Centros Regionais de Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE).

Divisão de freios da Honeywell cresce 10% em 2013

bendixlinhadeprodutosA Honeywell Transportation Systems informa que encerrará 2013 com o crescimento de 10% nas vendas realizadas pela sua divisão de freios e, para reforçar a sua posição no segmento de reposição, promoverá o lançamento produtos e fortalecerá a sua estrutura comercial.

O diretor-geral da Honeywell Transportation Systems, José Rubens Vicari, salientou que o crescimento da frota brasileira de veículos repercutiu positivamente na linha de produção, promovendo o lançamento de cerca de 20 novos produtos Bendix e Jurid, para atender aos lançamentos realizados pela indústria.

Outras explicações de Vicari são a elevação das vendas de automóveis importados e a expansão do mercado de reposição em algumas regiões do País, principalmente do Centro-Oeste, fortalecido pelo recorde da safra agrícola.

Lançamentos Goodyear

A empresa fabricante de pneus lança uma nova linha de compostos que foi desenvolvida a partir de pesquisas feitas com os consumidores. A pergunta feita foi: “O que é importante para você?”.

image002Com base nos resultados, chega ao mercado os modelos Eagle Sport em 10 medidas, dos raios 14” ao 16”,

image004Wrangler SUV para atender o consumidor que prioriza quilometragem em10 medidas, raios 15” ao 18”

image006E o Assurance uso diário em 12 medidas, dos raios 13” ao 16”. O desenvolvimento destes produtos foi feito nos Estados Unidos e na unidade de Americana, no interior de São Paulo.

Os novos modelos estão disponíveis neste mês de dezembro para todo o mercado nacional. Com essas novidades em seu portfólio, segundo a Goodyear, ela passa a oferecer a linha mais completa de produtos do mercado brasileiro.

Vencedores do Top CarTV

image005Dia 10/12, os integrantes do júri do Top Car TV escolheram os melhores veículos fabricados e importados, comercializados no Brasil. Entre as principais novidades do Top Car TV deste ano, foi que a votação aconteceu no dia anterior, com o objetivo de aprimorar a conferência e agilizar a solenidade.

O júri do Top Car TV 2013, cresceu de 21 para 26 representantes, sendo 14 de televisão e 12 de veículos online. “A escolha foi feita para realmente selecionar os melhores representantes, em vários Estados, mantendo o critério nos profissionais que atuem em veículos importantes, com pelo menos três anos ininterruptos de mercado”, afirmou Paulo Brandão, presidente do Comitê Gestor. Além do Prêmio, aconteceu dia 09/12 um Fórum que discutiu os rumos da imprensa especializada automotiva de TV.

Integram o júri, em tevê: Ana Célia Aragão (Motor Mais/PI), Antonio Carlos da Silva (Carros e Motores/PR), Antonio Fraga (Sport Motor TV/SP), Christian Gonçalves (Alta Rotação/SP), Fernando Campos (Rodas e Motores/GO), Freire Neto (Motores&Ação/CE e PB), Giulieny Brandão, João Mendes (Auto Garagem/RJ), Leandro Zanette (BandMotores/RS), Paulo Cruz (Auto-News TV/MS), Paulo Brandão (TV Auto/BA e SE), Rosemilton Silva (Carro e Campo/RN), Rubens Maximiano (Maxxi Motor/SP) e Saulo Moreno (Autogiro/DF). Em sites: Anelisa Lopes (iCarros), Carol Vilanova (O Mecânico Online), Diogo de Oliveira (R7), Eduardo Bernasconi (FullPower), Isabel Reis (Carro Online), Joel Leite (AutoInforme), Jorge Meditsch (AutoEstrada), Licinara Barroso (AutoPista), Luiz Eduardo Santos (Carz), Ricardo Meyer (iG), e Tarcisio Dias (Mecânica Online).

Confira os vencedores:

Melhor Carro Nacional até R$ 30.999,00;

Renault Logan

Melhor Carro Nacional de R$ 31 mil a R$ 60.999,00 reais;

Ford Focus

Melhor Carro Nacional acima de R$ 61 mil;

Ford Focus

Melhor Carro Importado até R$ 150.999,00;

Volkswagen Golf

Melhor Carro Importado acima de R$151.000,00 até R$300.000,00 ;

Mercedes Benz Classe E

Melhor Utilitário Esportivo até R$ 200 mil;

Volkswagen Tiguan

Melhor Picape;

Fiat Strada

Melhor Executivo de Montadora ou Importadora;

Thomas Schmall – Presidente da Volkswagen do Brasil

Melhor Comercial de TV (produto)

Volkswagen – Agência Almap BBDO - Produto Fusca e peça “Fusca Brasil 70 Mussum”

Melhor Comercial de TV (varejo) – “Ronaldo”

BorgWarner comemora resultados

PrintA BorgWarner encera o ano de 2013 com crescimento de 12%, isso se deve à recuperação do mercado de caminhões e ônibus após a maturação da tecnologia Euro 5, o aumento de market share no segmento de veículos comerciais e fora de estrada e a introdução de novas tecnologias de turbocompressores. “Os investimentos referente ao período de 2011 a 2017 ultrapassam os R$100 milhões, o que mostra claramente que a empresa acredita no potencial do mercado brasileiro e sulamericano. Buscamos nesse momento pela implantação da nova linha de turbocompressores para motores flex, melhoria dos processos produtivos e expansão da capacidade”, explica Arnaldo Iezzi Jr, diretor geral de operações da BorgWarner do Brasil, frisando que os esforços futuros deverão ser focados no desenvolvimento e testes de novos produtos.

Na unidade Aftermarket os índices também foram positivos. Houve um registro de 12% no crescimento das vendas ao mercado de reposição na América do Sul, o que representa 20% dos negócios totais da empresa.

Para 2014, a companhia espera crescer de 8 a 10% em relação a 2013, ou seja, acima da média registrada normalmente pelo setor. Há também grandes expectativas com o início do fornecimento para o segmento de automóveis de turbos para os motores 3 cilindros flex a partir de 2015, o que deve representar aproximadamente 50% do investimento total, com possibilidades de dobrar a produção em três anos.

domingo, 8 de dezembro de 2013

SEGURANÇA TEM PREÇO

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Por: Fernando Calmon

Foto F. Calmon 19 - médiaMais uma rodada de resultados foi divulgada na semana passada pela organização não governamental (ONG) uruguaia Latin NCAP. A boa notícia é que, pela primeira vez, três carros fabricados e/ou vendidos no Brasil – dois da Ford, EcoSport (brasileiro) e Focus (argentino); um da Volkswagen, Jetta (mexicano) – receberam a classificação máxima de cinco estrelas em testes de colisão contra barreira com uso de manequins. Alcançaram quatro estrelas Hyundai HB20, produzido aqui, e Chevrolet Malibu, no México.

Dessa vez os fabricantes patrocinaram todos os ensaios, incluindo fornecimento de veículos e serviços da ONG. Mas é bom repisar: propósitos são nobres, métodos nem tanto. O sistema de estrelas, bastante controverso, nem sempre reflete o conceito correto de segurança. Carros construtivamente iguais recebem pontuação diferente dependendo do critério de cada país. EUA e União Europeia mantêm sérias divergências técnicas sobre o assunto.

Para avaliar as distorções basta citar o próprio EcoSport, analisado ano passado como 4-estrelas. Seguindo as regras, a Ford adicionou só um aviso sonoro sobre uso do cinto de segurança para o passageiro do banco dianteiro (motorista já tinha), não fez nenhuma mudança estrutural por ser um carro recente, pagou o teste e ganhou a estrela extra. O melhor custo-benefício em termos de marketing, sem dúvida. O mesmo modelo produzido na Tailândia e exportado para a Europa levou 4 estrelas no NCAP europeu (matriz do Latin NCAP). Alguns critérios lá são diferentes, porém se apegam a firulas discutíveis na classificação.

Outro exemplo é o Malibu, automóvel médio-grande vendido também nos EUA, onde se obriga há anos os avisos sobre cintos de segurança. O carro tem 10 airbags. Recebeu quatro estrelas em segurança para adultos e apenas uma para bancos infantis. Justificativa: “Os lembretes de cinto de segurança estão instalados; contudo, não cumprem requisitos do Latin NCAP”. A entidade também se perdeu nas explicações sobre o padrão Isofix para fixação desses bancos, ainda sem homologação no Brasil. Em teoria, impede o uso aqui, mesmo o veículo tendo o sistema.

Quanto à Hyundai, ganhar mais uma estrela em menos de seis meses foi fácil. Bastou mudar alguns tipos de material interno, nada de mudanças estruturais (nem daria tempo), pagar o teste e receber a justa avaliação retroativa a todos os HB20. Esclarecida a disponibilidade dos bancos infantis com Isofix, a classificação aumentou de uma para três estrelas.

No senso comum, a escala poderia ser péssimo, ruim, regular, bom e ótimo para as cinco estrelas. O Latin NCAP acrescentou, recentemente, a nota zero-estrela para carros que nem deveriam estar à venda. Dentro de alguns dias nenhum modelo poderá ser fabricado no Brasil sem airbags e freios ABS. Assim, mesmo a grande maioria de carros de menor preço alcançaria três ou quatro estrelas.

A tendência, porém, é a ONG subir a barra. Já era tempo de o governo estabelecer novo cronograma de exigências e parar de ser rebocado pelos acontecimentos. Afinal, segurança tem preço, sim: airbag para pedestre (ente 100% vulnerável) está instalado em um único modelo no mundo, o Volvo V40.

RODA VIVA

PLANOS da Honda para nova fábrica em Itirapina (SP) vão além do SUV compacto Vezel, recém-apresentado no exterior. Contemplam, até 2016, um hatch para o segmento de entrada, abaixo do preço do Fit. A empresa já estuda quem errou e quem acertou nesse importante veio de mercado. E terá centro de desenvolvimento na nova unidade, em adição ao de Sumaré (SP).

SEDÃ Chevrolet Classic passa a ser produzido apenas em Rosário, Argentina, ao lado do Agile, em razão da acomodação de vendas de ambos os modelos, lá e aqui. Sucessor do Cruze também será argentino. Já no primeiro trimestre de 2014 a GM anunciará investimento pesado na sensível unidade de São José dos Campos (SP), visando ao mercado promissor de subcompactos.

RETOQUES externos e, em especial, internos graças a novos materiais, como preto piano, dão fôlego para competir ao minivan de sete lugares JAC J6. Motor de 2 litros/136 cv tem pouca potência, mas torque é adequado ao peso e uso no dia a dia. Suspensões, macias demais, e vão livre relativamente baixo dificultam passagem por valetas e lombadas fora do padrão.

SERÁ bom observar o movimento de fornecedores de turbocompressores no Brasil. BorgWarner já tem primeiro acordo que, se espera, seja com PSA Peugeot Citroën para novos motores flex de três e quatro cilindros. O grupo francês não poderá contar com as unidades produzidas em colaboração com a BMW depois de 2016. VW deverá ser o segundo cliente.

QUEM alugar carro, a partir de 1º de maio de 2014, se responsabilizará diretamente por multas de trânsito. Governo atendeu as locadoras e criou Registro Nacional de Posse e Uso Temporário de Veículos. Ao mesmo tempo em que acaba com a tentativa de impunidade dos maus motoristas, espera-se diminuição de custos repassável ao valor das diárias.

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Lançamento: Novo Fiat Fiorino

Novo_Fiorino_029Utilitário compacto recebeu nova arquitetura, visual semelhante ao do Novo Uno, cresceu em tamanho, tem maior capacidade de carga e motor Fire EVO

Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação

Em São Paulo, dia 05 de dezembro, a Fiat Automóveis mostrou para a imprensa especializada brasileira o Novo Fiorino. O furgão compacto agora é produzido em uma nova arquitetura, seu visual, tanto externo como interno, é semelhante ao do Novo Uno.

Novo_Fiorino_022Em dimensões, tem comprimento de 4.384 mm, largura de 1.643 mm, a altura é de 1.900 mm e sua distância entre os eixos é de 2.717 mm. A capacidade volumétrica no baú traseiro é de 3.100 litros e o tanque de combustível recebe até 58 litros.

Novo_Fiorino_Estúdio_010Assim, ele ficou maior, 200 mm mais comprido, 21 mm mais largo, 27 mm mais alto e com um entre eixos 140 mm maior, e tem mais capacidade para transporte de cargas, no total são 650 quilos.

Novo_Fiorino_Estúdio_030Mudanças também na motorização, ele passa a utilizar o 1.4 EVO Flex de comando variável, sua potência é de 85 cv (G)/ 88 cv (E) a 5.750 rpm e seu torque é de 12,4 kgfm a (G)/12,5 kgfm (E) a 3.500 rpm.

A suspensão dianteira é do tipo McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais, barra estabilizadora e molas helicoidais. Na traseira usa eixo rígido tipo Ômega e mola parabólica longitudinal. Os quatro amortecedores são hidráulicos, pressurizados a gás, telescópicos de duplo efeito.

Novo_Fiorino_005Com preço sugerido para venda de R$38.540, o Novo Fiorino traz entre os itens de série, air bag duplo, freios ABS, Drive by wire (controle eletrônico da aceleração), Fiat Code 2ª geração, ganchos de fixação de carga, inibidor de marcha ré, portas traseiras assimétricas, pneus 175/70 R14 com baixa resistência a rolagem, entre outros.

Novo_Fiorino_Estúdio_032A fabricante também oferece uma ampla linha de equipamentos e assessórios, como, sensor de estacionamento, ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, faróis de neblina, rádio USB MP3/WMA com RDS, travas e vidros elétricos.

Novo_Fiorino_027A Magneti Marelli fornece para o Novo Fiorino, coletor de admissão, corpo de borboleta, galeria de combustível e bicos injetores, sistema bicombustível SFS (Software Flexfuel Sensor), a central de comando ECU (Eletronic Control Unit) família 7, centralina WCD, amortecedores Cofap, conjunto de catalisador com coletor estampado, sistema de abastecimento de combustível, condutores de ar e as pedaleiras.

Segundo os executivos da Fiat, apesar da mudança, os custos de manutenção do Novo Fiorino permanecem os mesmos da versão anterior.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

SOLUÇÕES DE DIVÃ

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Por: Fernando Calmon

FOTO_F~2Um dos temas recorrentes nos últimos tempos são as análises sobre a diminuição de interesse das pessoas pelo automóvel, em especial os jovens. Há muito lirismo nesses diagnósticos, às vezes baseados em pesquisas cujas perguntas são direcionadas para as respostas.

Bastam dois exemplos: em São Paulo apontaram que 90% das pessoas apoiam a inspeção veicular ambiental (IVA). A surpresa foi não alcançar 100%, como deveria. Mas se a pergunta fosse sobre IVA para carros seminovos, com até quatro anos de uso, o resultado seria 10%. Também quiseram saber se os motoristas aprovam faixas exclusivas de ônibus. Claro, disse a pesquisa. Mas se perguntassem só sobre pintar faixa no asfalto, sem qualquer estudo de custo-benefício ou em que lado da via, o resultado seria decerto bem diferente.

Outra enquete famosa feita nos EUA aponta que 30% dos jovens entre 18 e 24 anos preferiam, se pudessem escolher, a internet e não um carro. Ora, faltou saber, em plena era dos carros conectados talvez até em excesso (digitar textos com o carro em movimento é muito arriscado), se as respostas seriam as mesmas caso pudessem dispor de ambos. Existe, sim, o fenômeno social de algum afastamento inicial dos jovens ao buscarem maior mobilidade urbana ou utilizar caronas de pais, parentes e amigos. Mas logo casam, formam família e vem um carro, muitas vezes dois.

Há um fato inquestionável: mercados maduros estão saturados e a frota quase não cresce. Nem a população... Produção basicamente voltada para substituição. Situação oposta nos países emergentes, onde a relação de veículos/1.000 habitantes é bastante baixa. Se indagassem a qualquer jovem destes países, a resposta seria outra. Uma aspiração justa e até concorrente da casa própria.

De fato, longos congestionamentos podem levar a se questionar a utilidade de um automóvel. Mas esquecem de que rádios do passado com válvulas e chiados, para amenizar, foram substituídos por quase estúdios ambulantes de som, vídeo, telefonia, navegação por internet e GPS, além de TV (quando parado). A baixa mobilidade não é apenas urbana. No último feriado percorrer trechos de 100 km em 9 horas ou mais aconteceu em várias estradas.

Trata-se de uma situação que poetas de soluções simplistas deveriam estar mais atentos. Um carro no portão da fábrica paga 67% de impostos (cerca de 40% do preço de venda) até ser emplacado. Depois, a cada cinco anos, há tantas taxas e encargos que significam entregar outro carro novo ao governo. Então, ninguém pode ter sentimento de culpa ao se construir túnel, viaduto, via expressa ou duplicar estrada. Os motoristas, com paciência de bovinos, pagaram por tudo isso. Seu único direito é bancar sem reclamar?

No futuro, parece claro que cidades terão alternativas de mobilidade inteligente e integradas. Automóveis serão menos necessários, mas ainda indispensáveis, principalmente pela liberdade de viajar. Única forma de se locomover ponto a ponto com um único meio de transporte. Diversos aspectos deverão ser repensados para evitar recorrência de erros de planejamento. Outras soluções vêm daqueles acostumados aos divãs de consultórios de terapeutas extremamente compreensivos e mais pacientes que os próprios pacientes.

RODA VIVA

INESPERADA contratação do português Carlos Tavares para presidir PSA Peugeot Citroën pode não ter sido tão inesperada assim. Há dois meses, ainda o segundo nome na hierarquia da Renault, surpreendeu ao dizer que gostaria de comandar um grande fabricante dos EUA. Chocante, mas provável cortina de fumaça para acerto prévio com a arquirrival francesa.

MOVIMENTO discreto da Volkswagen já começou: abrir espaço ao compacto up! no primeiro trimestre de 2014. Estratégia é elevar um pouco o preço do Gol G5, com airbags e ABS de série (obrigatórios), além de direção assistida hidráulica, para deixar a faixa inicial dos R$ 29.000 para o novo produto. Gol G4 sai de produção em dezembro; vendas até março.

VERSÃO Titanium do Focus hatch tem preço puxado, com todos os equipamentos. Forma conjunto de primeira linha, ainda raro entre os produzidos na região (Argentina). Motor tem respostas rápidas, especialmente com etanol, graças à injeção direta. Câmbio automatizado de duas embreagens, direção, suspensões e acabamento são irretocáveis.

MODELO de uma fábrica homenageado por outra é bastante incomum. Como o laureado está entre os míticos da história, a MINI (controlada pela BMW) destacou os 50 anos do Porsche 911. Há fotos, lado a lado, das versões originais realçando que só “rejuvenesceram”. De fato, não concorrem entre si, mas a iniciativa é simpática.

CAIXA de câmbio manual com marcha à ré sincronizada era algo refinado no passado, como no Omega em 1992. Agora a GM estendeu essa característica a todos os carros compactos com motor de 1,4 litro aqui fabricados. A nova caixa facilita e agiliza manobras em baixa velocidade, quando é necessário inverter o sentido de marcha, sem parecer “barbeiro” ou descuidado.

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Aceleradas: GP Brasil- E Vettel encerra a temporada destruindo recordes

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Depois de fazer todos os treinos com pista molhada, a chuva deu trégua, a corrida em Interlagos aconteceu com pista seca, mas mesmo assim o alemão da RBR foi o primeiro

Por: Edison Ragassi

Para quem não conhece, o autódromo José Carlos Pace, está situado na Zona Sul de São Paulo, bem no meio das represas Billings e Guarapiranga. Isso faz com que a região tenha umidade do ar elevada, e a chuva chega sem prévio aviso em qualquer época do ano.

Aliada a pista que oferece várias opções de ultrapassagem, a chuva sempre é o tempero que coloca mais emoção ao GP do Brasil. E neste ano não foi diferente, a água caiu durante as seções de treinos livres e classificatórios.

Na sexta-feira, o tetracampeão Sebastian Vettel (RBR) andou pouco, em compensação seu companheiro de equipe, o australiano Mark Webber que faria sua ultima corrida, andou bastante. Ele estava empenhado em deixar a maior categoria do automobilismo mundial com uma vitória.

DSC05512Outro que faria a última corrida, mas não na F-1 e sim na Ferrari, Felipe Massa, também tinha vários motivos para esperar que a chuva caísse, pois só assim ele teria chances de conquistar pelo menos um pódio.

Treino classificatório com muita chuva, mas mesmo assim, Vettel liderou e terminou como o melhor. Nico Rosberg (Mercedes-GP) foi o segundo. Fernando Alonso (Ferrari) errou, mas mesmo assim marcou o terceiro melhor tempo e Felipe Massa saiu na 9ª posição. Dada a largada, Rosberg conseguiu tirar a primeira posição do alemão e Massa impressionou ao ganhar três posições, antes de entrar no S do Senna.

236086A liderança do alemão da Mercedes não durou uma volta, pois Vettel aproveitou o potencial de seu fantástico carro e assumiu a ponta antes mesmo da volta terminar. Em compensação, a coisa estava quente da segunda posição para trás.

Webber fez uma excelente corrida, para chegar ao segundo lugar, ultrapassou Rosberg e Alonso. Andou forte e quase chegou em Vettel, mas o atual campeão parecia estar em outro mundo, nada abalava sua tocada limpa e segura.

236074Massa em quarto lutava com Lewis Hamilton (Mercedes-GP), quando avançou com as quatro rodas pela linha branca que divide a entrada dos boxes e a pista. Ai foi punido com uma passada pelos boxes.

Na volta da punição seu carro não rendeu mais o que era esperado e ele teve que conformar-se com a sétima posição.

A chuva só veio depois da prova e a última corrida do ano terminou com Sebastian Vettel conquistando mais um recorde, 9 vitórias seguidas em uma temporada, Webber despediu-se na segunda colocação e Alonso foi o terceiro.

236103Para comemorar, Mark Webber tirou o capacete e deu uma volta de cara limpa, Vettel, acompanhado por Felipe Massa, fizeram o zerinho.

Marcaram pontos no GP do Brasil

1º- Sebastian Vettel

2º- Mark Webber

3 º- Fernando Alonso

4 º- Jenson Button

5 º- Nico Rosberg

6 º- Sergio Pérez

7 º- Felipe Massa

8 º- Nico Hülkenberg

9 º- Lewis Hamilton

10 º- Daniel Ricciardo

A próxima temporada da F-1 começa dia 16 de março com tudo novo. Os motores deixam de ser 2.4L V8 e passam a 1.6L V6 turbo. O KERS será substituído pelo ERS, uma versão mais potente do sistema de recuperação de energia, que passa de 60kW para 120kW.

O degrau no bico dos carros deixa de existir. A McLaren faz a última temporada com motor Mercedes, em 2015 terá o Honda. A Toro Rosso troca os propulsores Ferrari pelos Renault.

DSC05555E a Williams também passa a usar os motores alemães da Mercedes, no lugar dos franceses. Contratou Felipe Massa, está renovando o quadro técnico e há rumores de que Ross Brown deixará a Mercedes para juntar-se ao time de Frank Williams.

Pela lógica, quem tem uma boa base, sairá na frente. É o caso da RBR, mas vai que, Adrian Newey, o projetista da RBR erre a mão e não faça um carro tão perfeito e as outras equipes consigam um salto de qualidade, poderemos ver uma F-1 mais competitiva.

É aguardar, acompanhar os testes de inverno para ter uma ideia do que acontecerá em 2014.

Rapidinhas

Escondendo o jogo

Na sexta-feira, durante os treinos livres, conversei rapidamente com o presidente da Renault MotorSport, Jean-Michel Jalinier. Perguntei para ele se os motores para 2104 já estavam prontos e ele respondeu: “Não posso dizer”. Depois, declarou que a equalização é difícil. O semblante sério mudou quando falei que acreditava na Renault por ter tradição nos propulsores turbo. Para quem não lembra, os franceses estrearam os motores turbo alimentados em 1.977 num GP da Inglaterra e venceram a prova com o piloto Jean-Pierre Jabouille e René Arnoux chegou em terceiro.

Inacreditável

Quando recebeu a noticia que foi punido por passar com as quatro rodas pela faixa dos boxes Felipe Massa esbravejou, repetiu várias vezes que aquilo era inacreditável. Mas não teve jeito, precisou passar lentamente pelos boxes. "Estava sendo excelente a corrida. Foi uma pena o que aconteceu, nunca vi, foi a primeira vez. Uma pena, estava indo bem. O resultado ia ser bem diferente do sétimo lugar, talvez até o pódio", declarou depois da corrida.

Não devia acabar

Depois de vencer 9 provas seguidas, 13 na temporada e sagrar-se o mais novo tetracampeão da F-1, Sebastian Vettel não queria que a temporada acabasse. “Estou na verdade, triste que a temporada está chegando ao fim. Ganhar todas as corridas desde as férias de verão é algo incrível. O carro esteve fenomenal e ficava melhor em cada corrida. Hoje foi uma prova muito interessante. Fiz uma saída ruim, mas retomei a liderança no final da primeira volta e logo construí uma boa vantagem e foi muito agradável controlá-la. Estou extremamente orgulhoso. Gostaria de dar um grande obrigado para a equipe”, falou ele. Isso porque fica a dúvida, será que no ano que vem ele fará ainda melhor?

Veja algumas fotos de Interlagos nos treinos da sexta-feira:

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