domingo, 30 de março de 2014

GP Malásia: A Mercedes está forte e a RBR se aproxima

240439Na segunda prova do ano, os carros da estrela prateada conquistaram a primeira e segunda colocação. E a RBR chegou próximo com Vettel em terceiro

Por: Edison Ragassi

Como era previsto, a chuva caiu nos treinos classificatórios para o GP da Malásia. Apesar da pista molhada, a Mercedes-GP confirmou o favoritismo, Lewis Hamilton marcou a pole, porém na segunda colocação apareceu o tetracampeão Sebastian Vettel (RBR), o que mostrou a evolução do time bicho papão das quatro últimas temporadas.

240448O vencedor da primeira corrida do ano, disputada na Austrália, Nico Rosberg (Mercedes-GP), conquistou a terceira posição e Fernando Alonso (Ferrari) apareceu em quarto.

O brasileiro Felipe Massa (Williams), já falava antes de chegar na pista que teria problemas com chuva. E eles vieram, largou na 13ª posição e seu companheiro Valtteri Bottas, foi punido por atrapalhar o australiano Daniel Ricciardo (RBR) durante o Q2. Perdeu três posições e caiu do 15º para o 18º lugar.

Dada a largada, Rosberg pressionou e passou Vettel, reestabelecendo a ordem natural das forças. Sem a chuva, a pista estava quente, o que ocasionou desgaste acentuado dos pneus e obrigou quase todos a fazer três paradas para troca. Mesmo assim Vettel não importunou Rosberg. Quem chegou a incomodar nas últimas voltas foi o espanhol Fernando Alonso (Ferrari). Ele manteve a posição de largada e foi tentar o pódio, mas sem obter êxito e depois da corrida reclamou que a Ferrari precisa melhorar a velocidade final de seus carros. Nico Hulkenberg (Force India), não seguiu a regra, usou o braço, fez duas paradas e terminou na quinta colocação.

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Situação interessante passou Felipe Massa. No começo da prova ele foi pressionado por Bottas e veio a ordem para ele ser menos afoito. Já no final o finlandês era mais rápido e a ordem foi dada para Felipe tirar o pé. Mas diferente do que acontecia nos tempos de Ferrari, Ele não respeitou e terminou na 7ª posição.

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Passada a segunda prova deu para confirmar que a equipe Mercedes é sem duvida nenhuma a mais acertada, pois tanto faz pista seca ou molhada que os carros andam bem. E os motores, ou sistema motriz, como querem que chamem estes propulsores turboalimentados, movidos a combustão e energia, fornecidos pela montadora alemã são os melhores.

Porém, o projetista Adrian Newey da RBR já entendeu e descobriu onde precisa modificar seu projeto, tanto que os carros de sua equipe estão colocando o bico no pelotão da frente.

240459A Ferrari continua com o mesmo problema de outras temporadas, carro resistente, sem ser veloz. A McLaren em determinadas pistas dará trabalho aos ponteiros, mas isso tem limite, pois a Mercedes, atual fornecedora de motores, não entregará tudo o que pode. Isso porque o time inglês usará os propulsores japoneses da Honda que volta para a categoria em 2015.

E a Williams voltou a andar entre os intermediários, o que não fez no ano passado, pois disputou com os times pequenos. Ela pode melhorar desde que, tenha saúde financeira para evoluir o projeto, o qual nasceu bom.

240442Marcaram pontos no GP da Malásia

1. Lewis Hamilton

2. Nico Rosberg

3. Sebastian Vettel

4. Fernando Alonso

5. Nico Hulkenberg

6. Jenson Button

7. Felipe Massa

8. Valtteri Bottas

9. Kevin Magnussen

10. Daniil Kvyat

Rapidinhas

Falta barulho

Bernie Ecclestone, o chefão da F-1 ainda está inconformado com o som dos atuais motores. Desde a criação ele reclama que falta barulho. "É um pouco melhor do que pensávamos, então se conseguíssemos aumentar um pouquinho mais ficaria tudo bem", afirmou o cartola ao canal britânico Sky Sports.

Briga interna

O finlandês Valtteri Bottas reclamou porque Felipe Massa não o deixou passar nas últimas voltas da prova, contrariando ordens do boxe. "Tenho 100 por cento de certeza que eu poderia ter conseguido ultrapassar a McLaren. Não quero mais comentar sobre isso. Devemos falar internamente sobre quais mensagens foram mandadas para Felipe", falou ele depois da prova.

Massa não esquenta

E o brasileiro fugiu da polemica. "Eu lutei com meu companheiro até o final e tentei ultrapassar o Button e o resultado da equipe é o que interessa", afirmou em entrevista a Rede Globo.

É SÓ DISCURSO

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Por: Fernando Calmon

Foto F. Calmon 19 - médiaMaior parte dos que leem essa coluna provavelmente não estará em condições de confirmar as previsões que se multiplicam sobre como se moverão os carros no futuro. Há certo consenso em torno da tração elétrica, apesar dos vários obstáculos a superar. Dúvidas, porém, persistem sobre quando se aposentará definitivamente o veterano (Ciclo Otto tem 147 anos) e quase onipresente motor de combustão interna (MCI). O que já se sabe, para os próximos anos, é a convivência pacífica entre MCI e motores elétricos, de forma separada ou em conjunto por meio de soluções híbridas.

Uma recente e bem fundamentada projeção veio da empresa energética Shell, bem mais conhecida por sua principal atividade petrolífera. Segundo ela, em 2070 só existirão veículos movidos a eletricidade, mas sua adoção, obviamente, será paulatina. Os pesados e os que percorrem grandes distâncias estarão entre os últimos na escala de substituição. Automóveis, em especial os utilizados em cidades quase todo o tempo, trocarão de fonte de propulsão antes. Não há previsão exata, mas pode acontecer entre 2035 e 2050, com coexistência e transição de convencional para híbrido e deste para o elétrico puro.

Então ainda resta saber o que estará nos tanques de mais de um bilhão de veículos produzidos por década, ritmo previsto para dentro de cinco anos. Um papel importante está reservado aos biocombustíveis – obtidos de fontes renováveis ou limpas – entre eles o etanol de cana-de-açúcar. Ao contrário do que acontecia em passado recente, as petrolíferas já consideram essa alternativa complementar ao seu negócio. Prova disso foi o Seminário Internacional de Biocombustíveis realizado, semana passada em São Paulo, pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e o WPC (sigla em inglês para Conselho Mundial do Petróleo).

Pouca novidade surgiu de dois dias de conferências e painéis, mas saltou aos olhos que o Brasil está encrencado por falta de objetividade e sensatez na política de combustíveis. Muitas palavras enalteceram o país como produtor competitivo de etanol. Mas, só este ano vão-se importar US$ 11 bilhões em diesel e gasolina. E essa conta tende a subir no curto prazo. Novas refinarias produzirão diesel e mal darão conta do aumento de consumo e substituição de importações.

Aparentemente, todo o consumo adicional de gasolina deveria ser coberto com ajuda do etanol. Mas pouquíssimas destilarias estão em construção, no momento. Há algum esforço em investir no etanol de segunda geração, porém muito longe de equacionar o problema.

A nova refinaria Abreu e Lima, de Pernambuco, focada em diesel (sem produção de gasolina) custará à Petrobrás vultosos US$ 18 bilhões para produzir 250.000 barris/dia de derivados de petróleo. Destilarias convencionais de etanol produziriam o mesmo volume com investimentos em torno de um quarto daquele total, sem contar a diferença brutal na geração de empregos.

Há o fato de que a gasolina continua com preço controlado pelo governo e os custos de produção de etanol subindo. Nos postos, se o biocombustível custar acima de 70% do preço da gasolina a grande maioria dos motoristas desconsidera o seu uso.

O discurso é bom, mas na prática nada acontecerá.

RODA VIVA

CONCIDENTEMENTE, dois altos executivos do exterior – Dan Ammann, da GM e Michael Macht, da VW – estiveram em visita às respectivas filiais no País, semana passada. O primeiro admitiu que o mercado ficará meio parado neste e no próximo ano. No entanto, ambos confirmaram investimentos previstos, apesar de preocupações de curto prazo que não devem ser poucas.

DESEMBOLSOS de capital em ampliações fabris já foram feitos pelas duas marcas. Porém, produtos novos, motores de maior eficiência energética e instalações mais produtivas ainda consumirão dinheiro nos próximos anos. Resta saber a reação de quem ainda constrói instalações. Apesar de construções modulares ajudarem, há risco de excesso de capacidade.

TRABALHO muito bom de suspensões foi executado na versão aventureira do Volvo V40 Cross Country. Tração 4x 4 e motor turbo de 5 cilindros/210 cv lhe dão competência fora de estrada (ganhou 4 cm na altura), sem tirar prazer de dirigir em asfalto. Não exagerou demais nos apêndices. Visibilidade traseira incomoda e sofre com os impostos altos: R$ 141.500.

TOYOTA chama atenção de que dispensou contabilidade criativa ao apresentar os preços do novo Corolla. Dessa forma, considerou, nos valores informados nessa coluna, o balanço final entre o que saiu, o que entrou e o que custa mais caro agora em termos de equipamentos e acessórios, nas três versões oferecidas: GLi, XEi e Altis.

ATÉ AGORA, o próprio Contran deixou de cumprir o estabelecido em suas próprias resoluções. Ajudaria muito se já estivesse regularizado o aviso no certificado anual de licenciamento de que o proprietário não executou o recall. Mesmo os desinformados ou esquecidos tratariam de regularizar a situação. Isso ajudaria bastante quanto à segurança.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

GP Austrália: Mercedes confirma favoritismo

239379Durante os testes de inverno a equipe prateada mostrou consistência, seu motor é o que mais se ajustou as novas regras e por isso venceu a primeira prova do ano

Por: Edison Ragassi

Inicio de temporada, carros e motores novos. Junte a isso o fato de que o tetracampeão Sebastian Vettel não conseguiu andar com o carro novo. Ai todos com a expectativa de que o ciclo de vitórias da RBR estava acabado. Isso foi quase confirmado nos treinos classificatórios. Lewis Hamilton (Mercedes-GP) fez a pole, com o estreante na RBR Daniel Ricciardo em segundo lugar. E Vettel só conseguiu o 12º tempo.

Muita expectativa também para a Williams, o time inglês contratou Felipe Massa, engenheiros de outras equipes, conseguiu bons patrocinadores, trocou o motor Renault pelo Mercedes e sempre esteve entre as mais rápidas nos testes de pré-temporada.

Mas a chuva atrapalhou, o carro mostrou-se bom em pista seca, com ela molhada, Felipe reclamou que não conseguiu aquecer os pneus. Isso mesmo, o problema que ele enfrentou nas duas últimas temporadas na Ferrari, aquecer pneus, voltou! E marcou o 9º tempo.

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Os resultados obtidos pela escuderia de Frank Williams nos testes de inverno geravam dúvidas, até especulou-se que tiraram peso do carro para andar rápido e assim assinar com o novo patrocinador. Eu penso que eles aproveitaram os recursos que tinham no ano passado para desenvolver os modelos deste ano, por isso não fizeram nada em 2013.

Pois bem, com as luzes vermelhas apagadas, brilhou a estrela de Nico Rosberg (Mercedes-GP). O alemão assumiu a ponta e seguiu assim até o final da prova. Os favoritos ficaram pelo caminho. Hamilton recebeu a ordem para abandonar e economizar motor, os times tem só 5 motores para a temporada inteira, Vettel também abandonou, o turbo do propulsor Renault de seu carro não funcionou. Felipe Massa, logo na primeira curva, caiu fora da prova. O japonês Kamui Kobayashi (Caterham), que retornou a F-1 graças a doações que arrecadou pela internet, não conseguiu frear e acertou a traseira do carro de Massa.

239416Bem sobrou para Valtteri Bottas mostrar que Williams tem um bom carro. O finlandês marcou o 10º tempo, perdeu 5 posições por que trocou o câmbio. Largou bem, fez várias ultrapassagens, inclusive no compatriota Kimi Raikkonen que voltou para a Ferrari e já estava para dar o bote em Fernando Alonso (Ferrari), quando errou. Acertou o muro, ficou sem um pneu traseiro direito. Ele foi para o boxe e voltou em último. Mesmo assim terminou em 6º lugar. Em situação normal, Massa teria trabalho para segurar o companheiro.

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Também chamou a atenção o desempenho Daniel Ricciardo (RBR), o australiano correndo em casa levou a torcida ao delírio, ao terminar em segundo lugar, mas foi desclassificado. Os comissários alegaram que o carro consumiu mais que os 100 quilos de combustível, o total liberado para uma corrida nesta temporada. A equipe vai recorrer. De qualquer maneira, apesar do abandono de Vettel, o resultado mostrou que a RBR não está morta. Falta alguns ajustes para a equipe brigar pela vitória.

239503E o estreante da McLaren, Kevin Magnussen superou todas as expectativas. Vindo da F-3, fez o quarto melhor tempo na classificação e terminou em terceiro. Com a desclassificação de Ricciardo, foi para a segunda posição. E o melhor para a McLaren, o sempre regular Jenson Button subiu para a terceira posição, após terminar em quarto.

239487O russo Daniil Kvyat, estreante na STR também conseguiu chegar na zona de pontuação, o que mostrou como a garotada identificou-se com estes novos carros.

Decepção para a Ferrari. Alonso tirou a diferença no braço, o carro é confiável, mas não tem velocidade. O espanhol conseguiu a quarta colocação e Raikkonen a sétima.

239399Depois da desclassificação de Daniel Ricciardo, a classificação do GP da Austrália ficou assim:

1 – Nico Rosberg

2 – Kevin Magnussen

3 – Jenson Button

4 – Fernando Alonso

5 – Valtteri Bottas

6 – Nico Hulkenberg

7 – Kimi Räikkönen

8 – Jean-Eric Vergne

9 – Daniil Kvyat

10 – Sergio Perez

239401A temporada 2014 começou bem, mas com poucas ultrapassagens. A maioria delas ocorreu nas 10 primeiras voltas. Depois disso a impressão foi que os pilotos pouparam equipamento e combustível. A próxima etapa será dia 30 de março em Sepang na Malásia. Até lá, os carros serão trabalhados, mas mesmo assim podemos esperar que a Mercedes ainda tenha o domínio.

Rapidinhas

Otimismo extremo

O brasileiro Felipe Massa está confiante e acredita que vai brigar por vitórias na Williams. "Nada é impossível. Olhando para a McLaren, definitivamente eles fizeram uma boa corrida. Eles terminaram com os dois carros em boas posições e estão liderando o campeonato de construtores. Eu diria que a Austrália era uma etapa na qual nós poderíamos ter terminado nas posições em que a McLaren terminou, aí nós estaríamos na liderança", falo Felipe Massa ao site da revista Autosport.

Faltou potência

E Sebastian Vettel explicou o porquê de ter abandonado a corrida. “Na segunda volta de apresentação, perdemos potência por alguma razão, não sabemos o porquê. Será uma temporada longa. No começo, pensei que estava bem, mas eu não tinha potência vindo da bateria e o motor falhou”, disse ele.

Mercedes tem falhas para corrigir

Depois de marcar a pole e ser considerado um dos favoritos, Lewis Hamilton precisou abandonar a prova por causa do motor. “Assim que eu fui para a pista, notei que tinha muito menos potência do que normalmente. Pediram para levar o carro aos boxes, porém, num primeiro momento, achei que dava para continuar. Depois, não teve jeito e tive de entrar”, afirmou ele.

sábado, 22 de março de 2014

Lançamento: Novo Kangoo 2015

Novo Renault Kangoo. Curitiba, 26/02/2014./ Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem.Comercial leve da Renault recebeu novo visual, melhorias internas e oferece a porta lateral com preço de R$1.000

Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação

Em São Paulo, a Renault mostrou para a imprensa especializada, dia 18/03, o Kangoo 2015.

O comercial leve recebeu uma nova frente, em linha com a identidade visual mundial da marca. O para-choque passa a ser da mesma cor do veículo, com detalhes em preto no centro e nas laterais.

Novo Renault Kangoo. Curitiba, 26/02/2014./ Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem.No interior, os bancos da cabine receberam novos tecidos, também o painel de instrumentos e os revestimentos das portas ganharam tonalidade escura, na cor carbone foncé, o volante também é novo. A capacidade de carga é de 800 kg e as portas traseiras são assimétricas com ângulo de abertura 180º.

Novo Renault Kangoo. Curitiba, 26/02/2014./ Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem.Com opção de cor sólida (Branco) e duas metálicas (Prata Etoile e Cinza Quartz), o Kangoo 2015 tem preço sugerido para venda a partir de R$ 40.850. Pela direção hidráulica é cobrado R$2.100. O ar condicionado é comercializado junto com a direção hidráulica ao custo de R$4.700, a Renault também diminuiu o custo da porta lateral, a qual é oferecida pelo preço de R$1.000.

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Ele é equipado com o motor 1.6 16V Hi-Flex, o qual desenvolve potência de 98,3 cv (E)/95 cv (G) a 5.000 rpm. Entrega torque máximo de 15,3 kgfm (E)/ 15,1 kgfm (G) a 3.750 rpm.

Novo Renault Kangoo. Curitiba, 26/02/2014./ Foto: Luiz COSTA/ La Imagem.

A Renault ainda oferece pacotes de revisão e peças para baratear os custos de manutenção. O Kangoo fechou 2013 com 17,5% de participação de mercado. Isso representa um crescimento de 4,7% em comparação com 2012, num segmento que registrou queda de 15,1%. Este resultado é recorde do modelo no Brasil desde o seu lançamento em 2000.

quinta-feira, 20 de março de 2014

DISCUSSÃO ESTÉRIL

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Por: Fernando Calmon

FOTO_F~2Afinal, por que se discute tanto o preço da nova geração do Corolla (11ª no mundo e a 4ª aqui)? De fato, o carro que já está nas concessionárias ficou mais caro. Basta ver os porcentuais de aumento para as três versões: GLi, 2,6%; XEi, 3,5% e Altis, 7%; começa em R$ 66.570 e vai a R$ 92.900. A versão de topo, realmente, oferece pouco em relação aos concorrentes diretos.

Por via das dúvidas, na apresentação à imprensa, a Toyota exibiu outra conta relativa aos preços. Segundo ela, o GLi subiu R$ 800, porém equipamentos adicionais e inexistentes na versão anterior custam R$ 4.000,00; no XEi, R$ 1.800 e R$ 6.000, respectivamente; no Altis, R$ 2.500 e R$ 8.000. Tentou mostrar ter cobrado menos do que poderia em um modelo inteiramente novo, maior, mais seguro e econômico, fabricado no Brasil, apenas nove meses depois de lançado em outros mercados.

Problema dessa contabilidade é a existência, quase sempre, de alguma “criatividade”. Os fabricantes costumam esquecer de colocar na conta a retirada de alguns itens existentes no modelo anterior ou nos concorrentes. No XEi, por exemplo, que responde por quase 2/3 das vendas, sumiram a iluminação para o espelho de cortesia do passageiro e o rebatimento elétrico dos espelhos externos.

Um dos destaques do novo Corolla está na ousadia do estilo, fugindo do cansativo padrão clássico. No interior fica menos evidente, embora os 10 cm a mais de distância entre-eixos façam grande diferença para quem senta atrás. Alguns materiais internos melhoraram, mas ainda há parafusos aparentes, relógio mal posicionado no painel e pouco cuidado no acabamento menos visível, como as pequenas alavancas de abertura mecânica das tampas do porta-malas e do tanque. Volume do porta-malas não mudou: bons 470 litros.

Novo câmbio automático CVT, de sete marchas virtuais, conseguiu algo incomum: melhoria de desempenho atribuível quase exclusivamente a ele. No motor 2-litros, etanol, aceleração de 0 a 100 km, em 9,8 s e retomada de 80 a 100 km/h, em 3,4 s, indicam significativa melhora de 15% e 27%, respectivamente, pelos dados de fábrica. Embora o Corolla, na versão com motor de 1,8 L, etanol e câmbio automático tenha ficado 10% mais econômico no ciclo urbano, essa diferença é de apenas 1% no ciclo rodoviário. Isso se deve à alteração do método de medição do programa de etiquetagem do Inmetro.

Distância de frenagem a 100 km/h diminuiu 14%, para 51,6 m, nada de algo brilhante. Mudança sutil, porém perceptível ao guiar, é a melhor angulação (mais vertical) do volante. Suspensões parecem um pouco mais macias e o para-choque mais baixo pode raspar em lombadas. Nível de ruído interno caiu 4% graças ao para-brisa acústico e ao novo pacote fonoabsorvente.

A Toyota confia que o carro receberá cinco estrelas (nota máxima) no próximo teste de colisão do Latin NCAP. São injustificáveis ausências de controle eletrônico de trajetória (ESP) e de assistência adicional aos freios. Pena também que teto solar e rodas de liga leve de 17 pol. não estejam disponíveis.

Em resumo, com ou sem preço, o Corolla deve recuperar a liderança do segundo segmento mais disputado no Brasil, o de sedãs médios-compactos. E por mais méritos agora do que antes.

RODA VIVA

MERCADO continua a andar de lado. Só no final do mês poderá se ter ideia melhor, embora o primeiro bimestre de vendas, em 2014, haja sido recordista. Média diária de comercialização continua a apontar acomodação preocupante, refletida no tráfego de clientes nas lojas. Estoques totais subiram de 31 para 37 dias, de janeiro para fevereiro.

VIDA ficará ainda mais difícil para os tradicionais quatro fabricantes. Soma de participações de mercado de Fiat, Ford, GM e Volkswagen, mês passado, baixou pela primeira vez de dois terços do total: exatos 66,65%. Tendência natural e, assim, o consumidor pode esperar mais ofertas. Até mesmo a volta da troca com troco, porém com entrada e menos prestações.

OFERECER carros de baixo custo em mercados emergentes é desafio e tanto para marcas com apego ao rigor construtivo. Na China, por exemplo, de custo-país muito competitivo, VW enfrenta dificuldade para projetar e fabricar um modelo acessível na faixa de 8.000 euros (R$ 26.000), sem impostos. O up! 2-portas aqui parte de R$ 27.000, com impostos.

LAND ROVER não se acomodou em razão da boa aceitação do Range Rover Evoque. Já está no Brasil versão com câmbio automático de nove marchas que visa à economia de combustível, além de conforto superior em termos de suavidade de trocas e silêncio a bordo. Preço parte de R$ 192.000, bem salgado, mas não parece intimidar clientes.

NA OUTRA ponta, a de custo muito baixo, o Chery Tiggo (chinês, montado no Uruguai e dispensado de impostos mais pesados) pela primeira vez dispõe de câmbio automático. Nenhum SUV compacto chega ao seu preço de R$ 57.990 nessa condição. Apesar do motor de 2 litros, esse câmbio de quatro marchas acaba por prejudicar o desempenho de forma severa.

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Lançamento: Novo Corolla 2015

MalagrineNovo design, mais espaço para os ocupantes, motores sem tanquinho para partida a frio, câmbio de 7 marchas, são algumas das novidades encontradas no sedã médio

Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação

Dia 11/03, em Campinas (SP), a Toyota apresentou para a imprensa especializada brasileira e argentina, o Novo Corolla. O sedã médio fabricado em Indaiatuba (SP), passou a ser produzido em uma nova arquitetura e não compartilha itens com o da geração anterior.

O design do carro é baseado em dois conceitos: Keen Look, segundo a empresa, uma expressão inspirada no olhar focado de um atleta de alto rendimento antes de uma competição, e o Under Priority, que tem como característica o posicionamento mais baixo da grade frontal.

MalagrineIsso que garante melhor eficiência aerodinâmica e maior nível de proteção aos pedestres, em caso de acidentes. Além do novo design, o carro cresceu 10 cm na distância entre os eixos, o comprimento total é de 4,62 m, 8 cm maior que o anterior e largura de 1,775 m, 15 cm a mais que o anterior.

São duas as opções de motorização, 1.8L Flexfuel, Dual VVT-i DOHC de 16 válvulas, a qual entrega 139 cv (G)/144 cv (E) a 6.000 rpm e torque de 17,7 kgfm (G)/ 18,4 kgfm (E) a 4.200 rpm. E o 2.0L Flexfuel, Dual VVT-i DOHC de 16 válvulas, com 143 cv (G) a 5.600 rpm e 154 cv (E) a 5.800 rpm. O torque máximo é de 19,4 kgfm a 4.000 rpm (G) e 20,3 kgfm (E) a 4.800 rpm.

MalagrineAmbos são construídos com bloco e cabeçote de alumínio, em ambos foi eliminado o reservatório de gasolina para a partida frio. Os bicos injetores utilizam o sistema que pré-aquece o etanol no momento da partida, quando o motorista aciona a ignição.

MalagrineTambém são dois tipos de transmissões, a manual de seis velocidades, e a automática Multi-Drive, ela deriva da tecnologia CVT e foi adotada para atender ao gosto do consumidor brasileiro, ou seja, privilegia desempenho, conforto e baixo consumo de combustível. A diferença de outras do tipo CVT é um software de gerenciamento, o qual simula 7 marchas, mesmo com o câmbio na posição Drive.

Apesar de ser um modelo global, a calibragem da suspensão, McPherson na dianteira e eixo rígido na traseira, foi feita para as condições do piso brasileiro.

MalagrineNa opção com motor 1.8L GLi e câmbio manual o preço sugerido para venda é de R$ 66.570 e R$ 69.990 com transmissão Multi-Drive . O 2.0L XEi Multi-Drive S custa R$ 79.990 e o 2.0L Altis Multi Drive S sai por R$ 92.900. A expectativa da Toyota é de recuperar a liderança no segmento de sedãs médios com o Novo Corolla.

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Grupo Randon cresceu em 2013

Complexo Empresas Randon_Caxias do SulA empresa encerrou 2013 com lucros, apesar do desempenho fraco da economia. Para 2014 a expectativa é de mais crescimento

Por: Edison Ragassi/ Fotos: Divulgação

Em 2013, o Grupo Randon obteve crescimento de 23,7% na Receita Bruta Total sobre 2012. Somou R$ 6,6 bilhões e a Receita Líquida Consolidada atingiu R$ 4,3 bilhões, o que representa avanço de 21,5% no ano, o EBITDA, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 563,9 milhões, 101,3% maior ao comparar com 2012, assim, o lucro líquido consolidado ficou em R$ 235,1 milhões.

Segundo divulgado pela empresa, um dos fatos relevantes para este resultado foi a safra recorde de grãos que elevou a produção de caminhões e veículos rebocados. “A recuperação dos volumes de produção, aliada a um conjunto de ações internas, promoveu uma soma de bons resultados para a Companhia”, declarou o diretor-presidente, David Abramo Randon.

Entre os investimentos feitos pela companhia está a aquisição das cotas da controlada Suspensys do sócio Meritor Inc., o que reintera a estratégia de crescimento e reforça o segmento de autopeças. Além disso, no ano passado, avançou o projeto de expansão da nova unidade fabril em São Paulo, com a compra do terreno que deverá abrigar a indústria de rebocados em Araraquara, o início de operação está previsto para 2015.

JOST - Foto aérea - Foto Magrão Scalco

Já as exportações alcançaram o valor de US$ 241,6 milhões, 8,6% menor que o volume de US$ 264,2 milhões no ano anterior, isso representou 12,3% da receita líquida consolidada. Em 2013 as unidades externas faturaram US$ 124,1 milhões, contra US$ 121,9 milhões em 2012.

O diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Geraldo Santa Catharina, comenta que os bons indicadores, inclusive na recomposição das margens, foram respaldados por vários fatores, entre os quais se destacaram a maior utilização da capacidade instalada, a estabilização da implantação do novo ERP, as adequações de estruturas administrativas e, ainda, a redução de despesas e maior diluição dos custos fixos.

Campo de Provas Empresas Randon - Foto Magrão Scalco (3)A Companhia conseguiu superar as projeções revisadas em agosto de 2013 que apontavam para uma receita bruta total de R$ 6,0 bilhões e receita líquida consolidada de R$ 4,1 bilhões, superando, também, os valores dos investimentos que foram projetados em R$ 130 milhões, mas que chegaram a R$ 287,6 milhões, em função da aquisição do controle da Suspensys.

E para 2014 a companhia espera manter o crescimento, atingir receita bruta total de R$ 6,3 bilhões e receita liquida consolidada de R$4,4 bilhões.

quinta-feira, 6 de março de 2014

ATAQUEM AS MAZELAS

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Por: Fernando Calmon

FOTO_F~2Uma pena o sistema tributário brasileiro esconder o peso dos impostos sobre veículos. Existe, aliás, uma nova lei (adiada) que obriga a discriminação na nota fiscal, mas há dois problemas. Primeiro, o cipoal de impostos, taxas e contribuições ao longo da cadeia produtiva leva a um cálculo impreciso. Segundo, as tabelas deveriam ter dois preços, com e sem impostos, como informação fundamental ao consumidor.

É bom relembrar a diferença entre participação de impostos em mercadorias ou serviços e carga tributária. Esta equivale a dividir o preço com imposto pelo preço sem imposto. À medida que as alíquotas sobem a oneração torna-se exponencial; não se trata de cálculo linear. Se uma mercadoria custa 94 (sem imposto) e 100 (com imposto), por hipótese, a divisão resulta em 1,064 cuja expressão centesimal é 6,4%.

No Brasil, a soma nominal média das alíquotas de impostos sobre automóveis é de cerca de 30 pontos percentuais. Então a carga tributária, que todos sentem no bolso, fica bem salgada: 100 (com imposto) divido por 70 (sem imposto) dão 1,43 ou 43% (arredondado). A verdade nua e crua é que um automóvel vendido por R$ 30.000 custaria em torno de R$ 21.000, sem impostos, ou R$ 22.300 com carga tributária aproximadamente igual à dos EUA, por exemplo.

Se esse modelo tivesse motor com mais de 2 litros/gasolina, a “mordida” subiria para 54%. Em carros importados, fora da cota anual de IPI majorado e com impostos em cascata, vai além de 100%.

Conforme essa coluna comentou de outras vezes, se discutir preços no Brasil já é complicado pela matemática frívola de aloprados de plantão, comparar com o exterior torna-se pior pela variação de valor das moedas. Já nem surpreende o sindicalista João Cayres, em audiência pública de uma comissão do Senado Federal semana passada, afirmar que “só no Brasil um Camaro custa mais que um Mercedes”. Esqueceu-se de conferir que o modelo específico exportado para cá tem tabela 20% superior nos EUA e no mundo inteiro.

Na mesma comissão distribuiu-se lista comparativa de modelos vendidos nos EUA e aqui, sem considerar diferenças de versões, frete local e... impostos! Entretanto, ninguém pensou em cotejar preços de varejo com a Europa, onde existe afinidade entre produtos e versões do mercado brasileiro. Por uma “mágica” chamada valorização do euro frente ao real, a maioria dos modelos vendidos no Brasil já têm o mesmo preço nominal ou são mais baratos, mesmo sem considerar a diferença de impostos.

Nem adianta se aprofundar nas diferentes estratégias tributárias dos países, como taxar mais o consumo ou a renda. Muita gente já tem cabeça feita, não gosta de fazer contas, faz comparações “incomparáveis” (inclusive com o México) e desconsidera variações cambiais que levam a sérias distorções para o mal e para o bem (ora o carro fica mais caro, ora mais barato). O Brasil, sim, tem problemas graves de custos de produção, infraestrutura, tributação, ineficiência, produtividade e, o principal, de educação formal e especializada.

Difícil aceitar perder tempo com discussões inócuas e de foco errado nas comissões legislativas em Brasília. Costuma descambar para viés ideológico, em vez de atacar de frente nossas próprias mazelas.

RODA VIVA

PROPOSTA de substituir o imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) por outro sobre circulação, a exemplo do exterior, levaria a uma renovação natural da frota. Benéfica ao meio ambiente e diminuiria panes que tanto atrapalham o trânsito. Alíquota, porém, precisaria ser menor que a de hoje. Sem contar possíveis votos perdidos dos “prejudicados”.

HONDA traça planos audaciosos e ainda não anunciados em pesquisa e desenvolvimento no País. Às novas instalações de Sumaré (SP), se agregarão infraestrutura para colisões contra barreira e até túnel de vento, além de campo de provas. Parte dessas iniciativas é reservada à fábrica vizinha de Itirapina, em construção. Além do SUV pequeno, um compacto está na mira.

EXISTEM coisas impressionantes no Golf GTI, além do motor turbo de 2 litros/220 cv, estabilidade em curvas e direção que parece entender o pensamento. Entre os modos esporte e de economia escolhidos por toque na tela a diferença de consumo em estrada pode superar 20%. Segredo: ao levantar o pé do acelerador o motor vai para marcha-lenta.

EUROPEUS, finalmente, decidiram mudar seus ciclos de medição de consumo e aderir à projetada unificação mundial desse critério. Também confirmaram a meta de 95 g/km de CO2 em 2020. Porém, haverá mais três anos para que carros de baixo consumo/emissão recebam bônus e aliviem a forma de cálculo da frota média de cada fabricante.

DELPHI confirmou que no final do ano um fabricante europeu adotará seu sistema de gel acumulador de frio no ar-condicionado. Sem esse recurso, o start-stop (desliga-liga o motor automaticamente em paradas) traria desconforto em países de clima quente, como o nosso, ou reduziria pouco o consumo.

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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon