Na última reunião do ano da Anfavea com a imprensa, o economista Raul Velloso, declarou que: ‘vivemos em um mundo novo’. Ele usou esta frase para explicar que o dinheiro encurtou. O crédito existe, mas quem empresta ficou mais cauteloso, exige mais garantias e cobra muito mais, pois ele quer ter certeza de que vai receber o que emprestou, e ter lucro com isso.
Este ‘mundo novo’ surgiu com a crise nos Estados Unidos, a qual fez as bolsas despencarem, bancos quebrarem e empresas falirem.
E a Fórmula 1 não passou impune a tamanho caos financeiro. A primeira vitima da crise na maior categoria do automobilismo mundial foi a equipe da montadora japonesa Honda. Na quinta-feira (04/12), o presidente da empresa Takeo Fukui anunciou a saída da categoria, porque a situação da economia global não permite mais tamanho investimento, algo em torno de US$ 500 milhões por ano.
Sinceramente?
Eu não acredito que a saída da Honda ocorreu por esta crise econômica, mas sim pela falta de resultados. A imagem da companhia estava arranhada na competição. Para confirmar, basta usar o exemplo brasileiro. Aqui os carros japoneses têm o estigma de que não quebram. E então por que quebrava na F-1? Ou chegavam nas últimas posições. No ano passado, o brasileiro Rubens Barrichello, sequer marcou pontos.
Mas não é só isso. Recentemente quando a Honda lançou no Brasil o New Civic (maio de 2006), enfrentou um problema, pois o carro virou sonho de consumo daqueles que gostam de sedãs médios. A primeira conseqüência foi a fila de espera nas revendas da marca, e aumento no preço do veículo. Naquela ocasião, um executivo me explicou que o sistema de trabalho dos japoneses é metódico. Existe um planejamento anual, o qual serve para as negociações com fornecedores. Apurados os números, os contratos são assinados, e pode acontecer o que for, seja para cima ou para baixo, que as quantidades acordadas serão recebidas, e a empresa honrará seu compromisso.
Sendo assim, porque abandonar a categoria, se o planejamento já estava acertado para o próximo ano?
Outros fatores também ajudam a confirmar que a Honda saiu porque a falta de resultados estava comprometendo a marca. Ross Brown, diretor técnico do time, disse que o projeto de 2009 é campeão, e que eles não teriam problemas em colocar outro motor no monoposto. Em uma categoria, onde os carros são feitos artesanalmente, e cada peça é fabricada para completar o conjunto aerodinâmico, de repente, este carro pode receber outro propulsor? Só se assim fosse planejado.
E com estas e mais outras, Rubinho ficou mesmo desempregado, Bruno Senna e Lucas Di Grassi e a Petrobras terão que procurar outra equipe, em uma categoria com apenas 19 times. Boa sorte aos envolvidos.
E a pergunta a ser respondida nos próximos meses é: Como cortar custos, e manter o status de maior e mais avançada categoria do automobilismo mundial?
Que as montadoras irão tirar o pé em investimentos, isso elas vão, e se perderem competitividade, caem fora, pois ninguém vai querer arriscar seu maior patrimônio, ou seja, ‘a marca’.
Rapidinhas
Não vai fazer falta
Para valorizar a F 1, Bernie Ecclestone, que é praticamente o dono da categoria, declarou que a saída da Honda Racing não foi uma grande perda. “Basta ver onde eles terminaram no campeonato passado. Eles gastaram milhões de dólares, sem resultados e foram um mau exemplo para as outras equipes”, afirmou Ecclestone.
Se for sério nós ajudamos
O chefão da FIA, Max Mosley, disse que a Honda está disposta a ajudar em 2009 o comprador da equipe, mas apenas se for um negócio sério, e a partir de 2010, o comprador segue sozinho. O que se comenta é que há três empresas interessadas na aquisição do time.
Aposentadoria
Em declaração a imprensa, Flavio Briatore, o homem forte da equipe Renault, deixou escapar que pretende deixar a Fórmula 1 em dois anos. Quando perguntado se existia alguma chance dele trabalhar na Ferrari, Briatore respondeu: “Não creio que vá trabalhar em Maranello, pois daqui a dois anos me retiro". Sendo assim, o italiano começa nesta temporada a preparar um substituto dentro do time.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
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