O inglês da Brown GP vence sua sexta corrida na Turquia, e já é apontado como o campeão da temporada.
O ano de 1.994 ficou marcado na memória do povo brasileiro, e até do mundo, por causa da morte de Ayrton Senna no circuito de Monza na Itália. Na época, o brasileiro disputava a quarta etapa da competição. Além disso, no mesmo circuito, também faleceu Roland Ratzenberger e Karl Wendlinger sofreu um acidente em Mônaco que o tirou das pistas por um longo período. Lógico que estas tragédias ficaram muito mais em evidencia, do que a competição propriamente dita.
Mas aquela temporada, tem lá suas semelhanças—ainda bem que não é nos acidentes— com o que acorre em 2009.
Em 94 foi abolida quase que toda a eletrônica dos carros, e os projetistas tiveram que se virar para desenvolver novos projetos, quase que sem referência nenhuma.
Neste ano, as mudanças não foram tão radicais em termos técnicos, mas aboliram os testes, assim equipes como a Ferrari que faziam exaustivos ensaios para desenvolver os bólidos, perderam sua capacidade de reação.
Outro fator que também merece ser lembrado é o desempenho de Michael Schumacher. Ele corria com um Benetton-Ford. O alemão chegou na sétima etapa com seis vitórias e um segundo lugar. No final, para ser campeão com apenas um ponto de diferença (92-91 pontos), Schumacher precisou jogar o carro pra cima de Damon Hill da Williams. Detalhe, o inglês até a sétima etapa colecionava uma vitória, três segundos lugares, um sexto lugar, e dois abandonos.
Bem, todo este flashback é para afirmar que, apesar de Jenson Button (Brawn GP) ter vencido seis corridas, e obter um terceiro lugar, liderar o campeonato com 61 contra 35 do segundo colocado, seu companheiro de equipe Rubens Barrichello, Button ainda não deve ser considerado o campeão da temporada 2009.
E nesta minha opinião, deixo de lado Barrichello, não porque ele não tem capacidade para virar o jogo, mas pelo fato de os dois serem do mesmo time, e Rubinho não irá bater rodas com Button. Mas vamos ficar atentos, ao jovem e talentoso alemão Sebastian Vettel (RedBull), atual terceiro colocado na competição com 29 pontos, e na sua equipe a RBR. Vettel na Turquia fez a pole, mas errou um pouco depois da largada, assim Jenson assumiu a ponta. Para completar, o time do alemão, tentou uma estratégia para colocá-lo de volta à ponta, mas deu errado, e por isso ele chegou em terceiro, com o companheiro Mark Webber em segundo.
Falta experiência para Vettel lidar melhor com estes momentos nervosos de uma prova, como a largada, parada para abastecimento e troca de pneus, ou até mesmo brigar por uma posição. Nesta corrida mesmo, depois de escorregar voltou afoito, e quase bateu em Button. Agora, não há como negar, a Red Bull Racing, ao contrário de Toyota, Ferrari, McLaren, Williams, Renault, BMW, Toro Rosso e Force Índia, é uma equipe em franca ascensão.
Já os problemas de embreagem e câmbio enfrentados por Rubens Barrichello, na largada e corrida, respectivamente, demonstram que as coisas na Brown GP não andam tão bem assim.
Não podemos esquecer que o time nasceu este ano, seu orçamento é limitadíssimo, ou seja, sobras do espólio da Honda.
Sabemos que o poder financeiro é fator determinante em competições automotivas, principalmente na F-1, e neste quesito, a RBR tem um caixa mais gordo, e um dos melhores projetistas da categoria, Adrian Newey.
Por isso, não descarto a possibilidade de ver um replay do que aconteceu em 1.994.
Sim, pode acontecer, mas com certeza sem, acidentes, e sim com muita disputa na pista. É isso que realmente o amante do esporte gosta.
No mais, a participação dos brasileiros foi apagada. Enquanto esteve na pista Rubinho andou forte, tentou recuperação, mas bateu em Heikki Kovalainen (McLaren). Nelsinho Piquet no pelotão de trás, conseguiu uma bela ultrapassagem sobre Lewis Hamilton (McLaren) e Massa fez o que podia, marcou pontos com sua Ferrari, sem em nenhum momento brigar por posições.
Ainda pontuaram no GP da Turquia: 4º - Jarno Trulli (Toyota), 5º - Nico Rosberg (Williams), 6º - Felipe Massa (Ferrari), 7º - Robert Kubica (BMW) e 8º - Timo Glock (Toyota).
A próxima etapa está marcada para a Inglaterra, no circuito de Silverstone, dia 21 de junho. Lá, até Button já declarou que Barrichello é o favorito, pois o brasileiro anda muito bem nesta pista.
Rapidinhas
Deu tudo errado
Falha na embreagem, e quebra da sétima marcha, por isso Rubens Barrichello não pontuou na Turquia, mas se divertiu. “A gente errou feio na sétima marcha, era muito curta, não conseguiria passar ninguém. Aquelas tentativas de ultrapassagem eram desesperadas para recuperar alguma coisa, foi até divertido. E aí fui lutar com o carro do Kovalainen mais rápido na pista na reta, que tinha Kers. Minha corrida não foi muito fácil”, declarou o brasileiro.
Hegemonia quebrada
Depois de vencer por três anos consecutivos o GP da Turquia, Felipe Massa teve que se contentar com um sexto lugar, e o pior, aquilo que parecia uma evolução no GP da Espanha e de Mônaco mostrou-se insuficiente para deixar o carro da Ferrari mais competitivo. “Lógico que você fica um pouco chateado, foram três anos de vitórias, pole position, volta rápida, achei que o quarto seria mais incrível ainda. Hoje a gente não tinha possibilidade de vencer, o que a gente conseguiu foi o que dava para esperar do carro. Quem venceu, venceu por méritos e pelo carro que tinha”, desabafou o brasileiro aos jornalistas presentes em Istambul.
Sem carro
Depois de duas temporadas, onde foi o centro das atenções, pois peitou Alonso em 2007 e conseguiu o titulo em 2008, o inglês Lewis Hamilton, amarga andar no pelotão de trás e ainda leva volta do líder. “Espero que a equipe possa me ajudar a ter um carro mais competitivo. Quando eu receber um carro para ganhar, vencerei”, declarou de maneira curta e grossa, o atual campeão, sobre os resultados obtidos este ano.
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