segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fusion híbrido, o melhor de duas tecnologias

IMG_2387Carro movido a eletricidade deixa de ser invenção dos filmes e passa circular entre nós. Não se espante, pois ele é simples de usar e reparar
Texto: Edison Ragassi
Fotos: José Nascimento  
Depois de evoluir os motores a combustão, o novo desafio da indústria automotiva mundial é fazer com que os veículos emitam níveis de poluentes aceitáveis. Um destes veículos desenvolvidos para oferecer conforto, segurança sem agredir o meio ambiente é o Ford Fusion Hybrid, fabricado no México.
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O sedã é movido por dois tipos de motores, a combustão e elétrico, eles são integrados na transmissão. Usa o conhecido propulsor Duratec 2.5L, o qual entrega potência máxima de 158 cv a  6.000 rpm e torque de 18,8 kgfm a 2.250 rpm. Ele tem 16 válvulas com comando variável e usa o ciclo Atkinson, o qual mantém a válvula de admissão aberta por mais tempo. Isso reduz o volume de ar no pistão e diminui consideravelmente as perdas do motor.

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Já o elétrico tem 107 cv disponíveis a 6.500 rpm e torque de 22,9 kgfm a 3.000 rpm. Combinados, os motores oferecem 193 cv a 6.000 rpm.
Para distinguir as conexões do sistema de alta tensão é muito simples, pois toda a fiação é identificada pela cor laranja.

“Para o reparador independente, a fiação laranja representa: não ponha a mão”, alerta Edson Roberto de Ávila, diretor técnico responsável do Departamento Técnico de Manutenção Preventiva e Corretiva de Autos Mingau, localizado em Suzano(SP).

E ele tem razão, isso porque o motor elétrico é alimentado por uma bateria feita em níquel-metal hidreto com alta capacidade de 250 V–275 V. Ela foi desenvolvida em parceria com a Sanyo.  É recarregável pela própria ação energética do veículo, sem a necessidade de ligações externas e tem garantia de 8 anos.
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Já o motor a combustão, não oferece dificuldades para reparar. “As velas são de fácil acesso, assim como a bateria do sistema 12 volts, a correia Poly V tem o tensionador na parte superior, todos simples de localizar”, comenta Edson.

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Esta opinião é compartilhada com Silvio Ricardo Candido da Peghasus Powerred Motors, oficina localizada na zona norte de São Paulo. “A troca de óleo, velas, filtro de óleo, correia é normal, o importante é não mexer na fiação laranja”, fala Silvio.
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Este modelo é equipado com um filtro de ar que não necessita de substituição, ele é garantido para toda a vida útil do veículo.
O motor usa corrente no lugar da correia tensionadora, o sistema de ar-condicionado e a direção elétrica trabalham em 12V convertidos da energia do sistema de alta tensão (bateria que movimenta o motor). 
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Outro detalhe que chamou a atenção dos reparadores é que o motor usa dois reservatórios de arrefecimento. Um é o convencional pressurizado para atuar com o propulsor  a combustão, e outro não pressurizado refrigerar o motor elétrico acoplado com um gerador e integrado à transmissão. O líquido utilizado em ambos os reservatórios é o mesmo.
Já a localização do reservatório do liquido de arrefecimento para o propulsor elétrico dificulta o acesso ao sistema de servo freio, pois ele está logo acima do componente.
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O sistema de suspensão dianteiro do Fusion Hybrid é Independente tipo SLA (Short–Long Arm), com barra estabilizadora, amortecedores pressurizados e molas helicoidais. E na traseira independente tipo multi-link com barra estabilizadora, amortecedores pressurizados e molas helicoidais. Apesar da maioria dos veículos usarem na dianteira suspensão tipo McPherson, Silvio e Edson não perceberam dificuldades ou necessidade de ferramentas especiais para realizar manutenção, substituição ou reparo, isso também ocorre no sistema traseiro de suspensão.  
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Ao frear o carro a energia gerada pelo processo é enviada para a bateria, apesar disso, na hora de trocar discos e pastilhas o processo é normal e não exige cuidados especiais.
O carro não tem alternador, uma vez que o motor elétrico monitora e mantém a bateria 12V carregada.

Apesar de ser um dos veículos mais modernos fabricados no mundo, o Fusion Hybrid tem manutenção e reparo simples, mas o sistema motriz elétrico necessita de assistência especializada.
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Dirigir o híbrido da Ford é muito prazeroso e faz com que o condutor repense seus hábitos. Ao girar a chave o motorista não ouve nada, ele pode até pensar que o carro não ligou, mas ele esta ativo como mostra a luz verde no painel. Caso a bateria do sistema 12 volts esteja descarregada, o carro não liga, mas ele é acionado se estiver sem gasolina e a bateria de alta voltagem carregada. 
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Ele tem arranque forte, só que para isso é preciso pressionar o acelerador e ai ele desativa o motor elétrico e passa para o a combustão. Então o ideal é ir com calma, e assim economizar gasolina.
Ao dirigir o carro com velocidade de até 75 km/h ele é impulsionado pelo motor elétrico. O câmbio e-CVT (transmissão continuamente variável) com engrenagens planetárias, é o responsável pela troca de motor sem trancos ou solavancos.
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Durante o período de testes, por várias vezes, trafeguei na Avenida 23 de maio em São Paulo, andando em velocidade média de 70 km/h. E o Fusion só no motor elétrico, por isso é muito importante dosar o pé na hora de acelerar. Aliás, o carro incentiva o uso do propulsor elétrico, pois do lado direito do painel, aparece um caule e folhas que crescem.

Quanto mais ele usado no módulo elétrico, mais elas aumentam. Ao final do percurso ele mostra o quanto foi gasto de gasolina simbolizando não só a economia de combustível, mas também o quanto deixou de emitir de poluentes.
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Economia é o ponto forte deste carrão, no total rodei 524 km com ele, alternando uso na cidade e rodovia. Ao final, o computador de bordo mostrou consumo médio de um litro de gasolina para rodar 12 quilômetros, ou seja, semelhante ao de um carro com motor 1.0L.
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E na rodovia, o desempenho é exemplar. Estável nas curvas, boa potência para realizar ultrapassagens, as trocas de marchas do e-CVT são imperceptíveis e as frenagens precisas, seguras.
O preço sugerido para venda do Ford Fusion Hybrid fabricado no México é de R$133.900. 

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De série ele é equipado com: Sistema SYNC multimídia, ele inclui CD-player/MP3, DVD player, entrada USB e para iPod, conexão para celular Bluetooth, com comandos de voz e jukebox com 10GB de memória, abertura das portas por teclas, tomada de 110 volts e teto solar elétrico, 7 air bags, acendimento automático dos faróis, controle eletrônico de estabilidade (AdvanceTrac), espelhos retrovisores elétricos, aquecidos e com luz de aproximação, sistema de segurança “Personal Safety System”, piloto automático, 12 alto-falantes, sensor de pressão dos pneus, banco do motorista elétrico com 10 direções, chave configurável MyKey, sistema de monitoramento de pontos cegos e tráfego cruzado, câmera de ré e sensor de chuva.
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Colaboraram: Ford Motor Company, Concessionária Ford Sandrecar- São Bernardo do Campo, Departamento Técnico de Manutenção Preventiva e Corretiva de Autos Mingau e Peghasus Powerred Motors.

Ficha técnica
Fusion Hybrid
Motor:    2.5 L DOHC Ciclo Atkinson I-4/ Elétrico
Número cilindros:    4 em linha
Cilindrada (cm³): 2.488
Válvulas:    16
Injeção de combustível: Digital, Multiponto e sequencial
Taxa de compressão:    12,3:1
Potência máxima:    158 cv a 6.000 rpm
Torque máximo:    18,8 kgfm a 2.250 rpm
Combustível:    Gasolina/Elétricidade
Posição das válvulas:    4 por cilindro no cabeçote
Tipo de comando: No cabeçote, com sistema variável de abertura na admissão (i-VCT)
Tipo de acionamento de comando: Por corrente
Material dos cilindros: Alumínio
Material do bloco: Alumínio
Bateria: 12 V/48 Ah/ 500 CCA
Ignição: Eletrônica multiponto seqüencial
Bateria de tração: 275 V
Motor elétrico
Potência máxima: 107 cv a 6.500 rpm
Torque máximo: 22,9 kgfm a 3.000 rpm
Potência máxima combinada: 193 cv a 6.000 rpm
Transmissão
Modelo: Automática e-CVT
Freios:    A disco, dianteiro e traseiro, servo-assistido e com sistema ABS de 4 canais e frenagem regenerativa para recuperação de energia
Diâmetro do disco: 300 mm (diant.)/ 279 mm (tras.)
Capacidades
Porta-malas: 405 litros
Tanque de combustível: 66 litros
Óleo do motor: 4,7 litros
Sistema de refrigeração: 6,5 litros

Custos de manutenção
Amortecedores dianteiros: R$265,00- cada
Serviço: R$210,00
Amortecedores traseiros: R$170,00- cada
Serviço: R$210,00
Discos de freios dianteiros: R$475,00- cada
Serviço: R$70,00
Jogo de pastilhas dianteiras: R$423,00
Serviço: R$70,00
Discos de freios traseiros: R$390,00- cada
Serviço: R$70,00
Jogo de pastilhas traseiras: R$380,00
Serviço: R$ 70,00
Troca de óleo de motor: R$ 232,00 (inclui óleo e filtro)
Serviço:  - 
Filtro de combustível: não usa
Filtro anti-polén: R$30,60
Serviço: R$70,00
Velas: R$29,60- cada
Serviço: R$70,00

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7 comentários:

Unknown disse...

Outra perfeita postagem. Parabéns. Mas a pergunta é: quanto perco na revenda?
Abcs
http://nossasviagenspelobrasil.blogspot.com/

Blogger AutoAgora disse...

Uma boa pergunta. O carro é muito novo, ainda não dá para saber. Mas com ele você pode ter certeza que vai poluir bem menos.

Alan Rafael disse...

Estou comprando um por 77mil, gostaria de saber se está sendo um bom negócio, é 10/11 e está com 50mil. É um carro da frota da Ford e pegarei na semana que vem na própria Ford em SBC

Alan Rafael disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcus Vinícius disse...

Seria interessante uma atualização na avaliação após dois anos de lançamento do carro. Há opções por menos de R$ 80 mil no mercado, mas os segredos da manutenção da tecnologia híbrida ainda assustam...

Blogger AutoAgora disse...

Este ano a Ford lançará, provavelmente em março, a nova geração do Fusion hibrido. Depois de lançado vou fazer a mesma matéria e atualizar os custos de manutenção e peças. Agora a desvalorização dos modelos importados de uma maneira geral é simplesmente assustadora. E isso não tem como fugir. Obrigado pelo contato e participe sempre.

Unknown disse...

Onde tem uma ford especializada no estado de minas gerais