Primeiro utilitário esportivo da Land Rover concebido com apelo urbano nasceu como um carro conceito que virou realidade
Texto: Edison Ragassi
Fotos: Estúdio Prána
Em 2008 a Land Rover mostrou pela primeira vez o protótipo LRX, e poucos acreditavam que ele viria a ser um modelo de linha, por causa de suas linhas e desenho futurista.
Em 2011 a fabricante inglesa provou que, por mais arrojado que seja o projeto é possível transformá-lo em realidade e lançou o Range Rover Evoque.O utilitário esportivo foi concebido para mudar um pouco a imagem da empresa que é sinônimo de veículos para o fora de estrada.
A frente usa linhas robustas, os faróis são embutidos nos para-lamas e unem-se ao capô como uma só peça. No centro uma grande grade, abaixo o para-choque na mesma cor do carro e uma grade trapezoidal na parte inferior.
As laterais têm vincos que começam nas lanternas, quando chegam aos para-lamas dianteiros ganham forma circular para acompanhar as caixas de rodas.
A traseira usa visual robusto, as linhas retas têm os cantos arredondados, as lanternas lembram os olhos de um robô. A parte inferior do para-choque segue o desenho da dianteira em formato trapezoidal.
Tem comprimento de 4365 mm, largura de1965 mm e altura de 1635 mm. Sua distância entre-eixos é de 2660 mm. Enfrenta terrenos alagados com profundidade máxima na água de 500 mm, o volume do porta-malas é de 420 litros e o tanque de combustível recebe até 70 litros.
Por dentro, bancos em couro em duas tonalidades e quatro opções de cores. Sistema de iluminação interna com mudanças de cores (mood lighting), o acabamento do painel e das portas, mescla couro de costura dupla e alumínio escovado.
Equipado com motor gasolina, o Si4 de 2.0 litros turbo, entrega 240 cavalos de potência, seu torque é de 34,7 kgfm. Ele usa injeção direta de combustível e distribuição dupla variável.
Segundo Roberto Ghelardini Montiboeller, diretor do Centro Automotivo High Tech, localizado na Lapa (SP), “O motor é construído com tecnologia moderna, as velas são de fácil acesso e utilizam bobinas.
O reparador deve ficar atento, pois se falhar uma o ideal é substituir as quatro, já que no período de atividade, as outras três irão compensar a falta daquela que está com defeito. Ao substituir a defeituosa o sistema não conseguirá compensar e comprometerá as outras”, explica ele.
Apesar da inspiração urbana, o Evoque está preparado paro o fora de estrada, com tração integral nas quatro rodas, a última versão do sistema Terrain Response, que adapta as configurações de tração, motor, suspensão e torque de acordo com o tipo de terreno em que se trafega.
Pelo fato de ser também um fora de estrada, alguns itens requerem atenção, como o sistema de aspiração do ar. “O carro está preparado para enfrentar situações adversas, mas a terra e poeira acabam penetrando, com o tempo pode chegar ao sistema de injeção e comprometer, assim o ideal durante uma revisão ou reparação preventiva é tirar esta sujeira”, comenta Edson Roberto de Ávila, o Mingau, diretor técnico responsável do Departamento Técnico de Manutenção Preventiva e Corretiva de Autos Mingau, localizado em Suzano (SP).
No motor os experientes reparadores não encontraram partes ou itens que necessitem de ferramentas especiais para realizar manutenção ou reparo. “O filtro do óleo e o de ar são fáceis de acessar, e é necessário tomar cuidado com os conectores, são vários espalhados pelo propulsor, eles têm uma maneira certa para retirar e colocar, não adianta forçar, pois eles podem danificar”, comenta Edson.
De construção robusta, a suspensão dianteira é independente do tipo McPherson. As bandejas são de alumínio, “neste caso se ocorrer um problema no pivô é preciso substituir a bandeja completa para manter a integridade do conjunto”, declara Roberto.
Já a suspensão traseira é independe multilink, “ao realizar manutenção é necessário checar o alinhamento”, explica Mingau.
Para trocar os amortecedores e molas, os reparadores não identificaram necessidade de utilizar ferramentas ou equipamentos especiais.
O sistema de freio dianteiro usa disco ventilado de 300 mm e na traseira os discos são sólidos com 302 mm, eles também não oferecem dificuldades para substituição.
O câmbio é o AISIN AW F21 automático de seis velocidades, com opção de mudanças sequenciais por borboletas colocadas na parte de trás do volante. A alavanca foi substituída pelo sistema Drive Selector, um seletor que proporciona mudanças ao giro de um botão no centro do console. Ele é escamoteável, ao ligar o veículo o botão sobe, quando é desligado ele abaixa.
O especialista em câmbio automático Mauricio Carreiro, diretor da Global Treinamentos, fala que a transmissão de 6 velocidades é uma tendência nos veiculo atuais e dá mais detalhes.“O câmbio é fabricado pela empresa japonesa Aisin Warner sua identificação do fabricante é TF 81 SC ou AF21/40 (AF- Automatic Front, montagem feita de forma transversal), é utilizado também por outras fabricantes de veículos, assim, é possível encontrar essa transmissão em outros carros, além do Ranger Rover Evoque. A construção e bastante robusta, e esse modelo é muito utilizado em modelos com tração AWD”.
Ele explica que o sistema não utiliza cabos para mudanças, “o atuador funciona eletronicamente, o modulo TCM esta incorporado a transmissão”.
Mauricio relata que o peso total da transmissão e de 90 Kg, utiliza 8 litros de Fluido AW F1 e o nível de fluido pode ser medido na parte inferior da transmissão, no bujão de verificação e o bujão de dreno também esta localizado no mesmo local, “é semelhante as transmissões DP0 ou AL4 da linha francesa”, compara. A construção do corpo de válvulas também é bastante conhecida, possui 8 solenoides 5 para mudança, um do TCC ou lock up e dois reguladores de pressão.
E como nos dias de hoje, a preocupação de preservar o meio ambiente é prioridade na consepção dos carros, “a transmissão foi construída dentro das normas de exigência de emissões, por isso o conversor compartilha com o motor o aquecimento do sistema, ele não aplica lock up abaixo dos 48 graus e assim emite um menor número de partículas na atmosfera, a quinta e sexta marchas estão desmultiplicadas, a sexta é uma marcha de cruzeiro esta solução tem sido usada nos projetos mais novos para economizar combustível”, complementa Mauricio.
Impressões ao dirigir
O Range Rover Evoque é um veículo que chama atenção por onde passa. Tem ótimo arranque, câmbio com trocas macias e precisas.
Os comandos e controles no cockpit são fáceis de visualizar e simples para manusear.
As linhas arrojadas de seu design comprometeram a visibilidade traseira, o que é compensado pelos sensores de estacionamento e a boa visibilidade dos espelhos.
E o motor de 240 cv é muito eficiente, proporciona ótimas acelerações e retomadas, sem nenhum susto para o condutor.
Na versão Pure, igual ao avaliado, o Evoque tem preço sugerido de R$ 178.000 (5 portas) e R$ 180.000 (3 portas) . É equipado com rodas de liga leve aro 18 polegadas e três diferentes temas de acabamento interno: Ebony (preto), Almond (bege) e Cirrus (cinza), que definem as cores do couro que reveste os bancos e o acabamento das portas e do painel, sempre com costura dupla.
Colaboraram: Land Rover do Brasil
Ficha técnica Range Rover Evoque
Motor
Tipo: Transversal
Numero de cilindros: 4 em linha
Cilindrada: 1999 cc
Potência máxima líquida: Gasolina: 240 a 5500 rpm
Torque máximo líquido: 340 a 1750 rpm
Taxa de compressão: 10
Número de válvulas: 16 (4 por cilindro)
Direção
Tipo: Elétrica
Transmissão
Modelo: Aisin AW F21
Tipo: 6 Velocidades com trocas sequenciais
Freios
Dianteiros: Disco ventilado
Traseiros: Disco sólido
Dimensões
Comprimento: 4365 mm
Largura com os retrovisores dobrados: 1965 mm
Altura: 1605 / 1635 mm
Distância entre-eixos: 2660 mm
Profundidade máxima na água: 500 mm
Peso total com fluidos + 1 ocupante: 1640 kg
Capacidades
Volume do porta-malas: 420 litros
Tanque de combustível: 70 litros
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