Atual Presidente da Fiat Automóveis e da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini divulgou um artigo falando sobre o futiro do automóvel e sua importancia para a mobilidade.
A questão da mobilidade urbana nas metrópoles passa a ser presença constante e crescente na vida dos cidadãos, dos governantes e das empresas, por seus efeitos sobre a qualidade de vida dos habitantes, sobre o meio ambiente e mesmo sobre a competitividade das economias metropolitanas.
O tema não deve ser visto a partir de um ou outro aspecto isoladamente, como a quantidade de veículos nas ruas, que são apenas a parte mais visível do problema. A mobilidade urbana deve ser vista a partir de um conjunto de fatores: quantidade de veículos, transporte individualizado, transporte público eficiente, adensamento residencial e populacional, infra-estrutura viária, engenharia de trânsito, planejamento urbano e o uso racional do automóvel, além da educação do consumidor.
O futuro exige soluções estruturais, com políticas públicas permanentes de caráter nacional para as metrópoles, integradas com políticas locais e estaduais e envolvendo setores públicos e privados.
O papel da indústria automobilística nesse contexto é relevante. Cabe a ela o desenvolvimento tecnológico e a produção de veículos que se traduzam em maior mobilidade e sustentabilidade para as metrópoles. Há uma verdadeira revolução tecnológica nos centros mundiais de desenvolvimento de veículos, priorizando cada vez mais no DNA dos carros futuros os conceitos de segurança, qualidade ambiental e de mobilidade urbana. Projetos que enfatizam carros compactos, motorizações de maior eficiência e menor consumo e combustíveis alternativos. A eletrônica e a informática estão em crescente presença nos veículos, acionando-os e movimentando-os, definindo e orientando operações de maior dirigibilidade ao condutor, com economia de tempo e de recursos em adequados padrões de segurança e ambiental. Novos materiais e a nanotecnologia tornam os veículos mais leves e também mais recicláveis ao final de sua vida útil.
A infraestrutura viária e a engenharia devem garantir a fluidez. E a segurança de trânsito deve exigir fiscalização e cada vez mais arrojadas ações preventivas, começando por uma formação de condutores mais rígida. Os itens de segurança são exigências e prioridades nos veículos.
As emissões veiculares são crescentemente menores e, em alguns casos, serão mesmo eliminadas, ao menos na fonte final, que é o veículo. Biocombustíveis e veículos híbridos já são realidade que ganham campo. Outras energias veiculares, como célula de hidrogênio e outras alternativas serão testadas em novas formas de mover o veículo futuramente.
O veículo dos anos futuros será muito mais avançado na performance, design, dirigibilidade, conectividade, funcionalidade, eficiência energética, emissões baixas ou zeradas, segurança, acessibilidade, manutenção e reciclabilidade no descarte.
A questão da mobilidade nas metrópoles, é desafiadora. Ao lado de paliativos pontuais de cada momento, devem ser buscadas soluções estruturais e políticas públicas de longo prazo, pois somente essas serão capazes de tornar fluida a vida nas metrópoles no futuro. O amplo debate e a convergência das ações entre os vários agentes dos setores público e privado são fundamentais para que isso aconteça.
A equação automóvel–meio ambiente–mobilidade urbana será construída com produtos corretos e avançados por parte da indústria, com legislações, planejamento urbano e políticas públicas pelo poder de Estado e com disciplina e respeito às leis por parte do consumidor.
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